domingo, 3 de abril de 2011

Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles

Este filme ainda está em cartaz nos cinemas do mundo todo, mas como foi detonado pela crítica e sua bilheteria não foi a esperada, já surgiu na internet com ótima qualidade de imagem (R5). Não resisti e acabei baixando para conferir, pois até chegar em nosso cinema acredito que levará quase dois meses e o som do cinema local não me agrada nem um pouco. Então, este é o programa deste domingo.

Sinopse: Com a invasão da Terra por forças alienígenas desconhecidas, a população de todo o Mundo observa a queda das grandes cidades. Los Angeles torna-se a última esperança para a humanidade, e cabe ao fuzileiro naval Michael Nantz e ao seu novo pelotão lutar contra essa catástrofe, enfrentando um inimigo nunca antes visto.

Conheci este filme pelos trailers divulgados.Os quais prometiam um filme tenso e de grandes batalhas, quem sabe um novo Independence Day (ID4). Ao conferir o filme, encontramos todos os clichês possíveis em um filme deste tipo. O veterano que está por se aposentar e acaba sendo chamado de volta, o soldado que está prestes a se casar, o outro cuja esposa está grávida, aquele que teve um irmão morto em combate e o novato. Com o orçamento em torno de US$ 70.000.000,00, não investiram somente em efeitos especiais, eles não pouparam clichês mesmo.
Os motivos pelos quais o filme foi massacrado pela crítica estão todos lá, a exaltação extrema aos fuzileiros navais americanos (mariners), as sequências de ação confusas, os soldados que se sacrificam e fazem o impossível e até mesmo mais uma participação de Michelle Rodriguez (a Ana Lucia de Lost) em mais um papel masculinizado como tantos outros que ela tem feito no cinema recentemente (Resident Evil, SWAT, Velozes e Furiosos, Avatar, Machete). Porém estes mesmos motivos são um elogio para a parcela da população que gosta de filmes deste estilo, principalmente os militares e aqueles que sentem saudades desta época. É filme para este público. É filme de homens, mulheres dificilmente gostarão.
O filme mostra a Terra sendo invadida por alienígenas desconhecidos, que surgem de uma hora para outra, aparentemente atrás da nossa água. Eles chegam em cidades costeiras caindo como meteoros no mar e logo iniciando ataques ao redor do mundo. Muitas cidades caíram frente aos ataques e o que se vê é a reação das forças terrestres. Não vemos a ação em grande escala, na verdade somos levados a acompanhar um pelotão de fuzileiros em Los Angeles que recebe a missão de ir até uma delegacia atender um pedido de ajuda de civis que se refugiaram neste local. O problema é que esta delegacia fica dentro da área atacada em que não há controle e possuem um prazo determinado para entrarem e saírem desta área, antes que um bombardeio programado ocorra. Em vários momentos a câmera é posicionada como se fosse um documentário, o que acaba não tendo um bom efeito. Esse recurso funciona melhor em outros filmes, não neste. Logo se vêem envolvidos em outras missões que surgem a partir das consequências da primeira, onde acabam encontrando fuzileiros de outro pelotão entre eles, Michelle Rodriguez. O problema em muitos momentos é que não se consegue identificar as ações nos combates. Em alguns momentos os soldados perguntam: "De onde estão vindo estes tiros?" Eles olham em volta e não identificam a origem, e nós ficamos mais perdidos do que eles.
A história do filme renderia uma bela ficção científica, mas é tratado como filme de ação, puramente pipoca. Com histórias superficiais e personagens tão profundos quanto um pires. As situações de perigo e as batalhas são as melhores parte do filme, então quem não curtir isso, passe longe.
Ah, já ia esquecendo, é claro que existem as cenas de companheirismo entre os fuzileiros, as redenções, o reconhecimento e o comprometimento deles com o serviço. Para que o filme terminasse da melhor maneira para seus admiradores, faltou encerrar a última cena com um letreiro bem grande dizendo: Aliste-se nos fuzileiros navais americanos, a melhor tropa do universo.
Gostaria de reproduzir abaixo dois trechos da análise do crítico Pablo Villaça a respeito do filme,a qual li apenas após assistir ao filme, mas que representam, de forma bem humorada, a sensação que o público que procura um filme mais sério, mais cabeça, acaba tendo ao assistir esta produção:

"Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles é um filme de macho – e se fosse espremido e engarrafado, resultaria num perfume batizado como Le Phallus. Já como ficção científica ou mesmo longa de ação, é uma obra medíocre que funciona mais como vídeo de recrutamento para o exército norte-americano do que como entretenimento minimamente inteligente."

"E não ficarei espantado caso as mulheres que se arrisquem a ir conferir esta produção saiam do cinema grávidas;Batalha de Los Angeles é macho o bastante para fertilizá-las no grito."

Da comparação do início deste texto, posso dizer sem chances de errar, que Independence Day comparado a este filme é uma obra-prima. Apesar de toda pieguice e exaltação ao sentimentalismo americano, nos diverte e nos brinda com cenas inesquecíveis de batalhas aéreas e cenas de destruições jamais vistas antes, com a vantagem de possuir em seu elenco os sempre ótimos Will Smith, Jeff Goldblum e Bill Pullman. Agora temos cenas quase sempre com muita fumaça, pouca visibilidade, tiros vindo de onde ninguém sabe exatamente e nenhum personagem carismático para salvar a sessão. Os trailers do filme nos venderam uma expectativa que não foi alcançada em nenhum momento, nem mesmo os efeitos especiais irão ficar em nossa memória por mais do que alguns minutos após o filme acabar, e isso é quase sempre frustrante.
Ao final das contas, de 0 a 10, podemos dar a ele, uma nota 5.

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