domingo, 28 de agosto de 2011

Thor



Desde que foi anunciado, eu queria assistir ao filme de Thor, o Deus do Trovão.
Cresci lendo suas aventuras na revista Heróis da TV, antiga publicação de Editora Abril. Só mais tarde descobri que haviam histórias suas publicadas pela Ebal, Bloch e participações dele em aventuras de outros heróis na RGE.

Pena que quando entrou em cartaz em nosso cinema aqui em Uruguaiana, além de estrear dublado, ainda ficou apenas uma semana em cartaz. E acabei por não conferi-lo.

Mas eis que finalmente surge na grande rede a versão em alta definição, copiada a partir do Blu-ray, com som DTS e imagem nota 10. E claro, agora eu pude conferir com a qualidade que o filme merece.

Sinopse: Thor (Chris Hemsworth) estava prestes a receber o comando de Asgard das mãos de seu pai Odin (Anthony Hopkins) quando forças inimigas quebraram um acordo de paz. Disposto a se vingar do ocorrido, o jovem guerreiro desobedece as ordens do rei e quase dá início a uma nova guerra entre os reinos. Enfurecido com a atitude do filho e herdeiro, Odin retira seus poderes e o expulsa para a Terra. Lá, Thor acaba conhecendo a cientista Jane Foster (Natalie Portman) e precisa recuperar seu martelo, enquanto seu irmão Loki (Tom Hiddleston) elabora um plano para assumir o poder. Mas os guerreiros do Deus do Trovão fazem a mesma viagem para buscar o amigo e impedir que isso aconteça. Só que eles não vieram sozinhos e o inimigo está presente para uma batalha que está apenas começando.

Thor é personagem da Marcel Comics, mesma empresa que deu vida a diversos outros heróis, como Homem, Aranha, Hulk, Homem de Ferro, Quarteto Fantástico, Capitão América, X-Men e tantos outros. Até então, os filmes dos Estúdios Marvel abordaram o lado tecnológico, científico e mais perto da realidade do Universo criado por eles. Thor é a primeira aventura no estilo de fantasia, mostrando outro lado, místico, deste universo. E o faz com extrema competência sem apelações vazias.

Em Thor, afinal, somos apresentados aos asgardianos, seres imortais de outra dimensão, que, ao revelarem-se aos vikings, foram confundidos com deuses, iniciando a mitologia nórdica. Thor é um príncipe desse povo, um jovem impetuoso e tolo, cujas ações desencadeiam uma nova guerra contra os Gigantes do Gelo, liderados pelo Rei Laufey. Banido para a Terra por seu pai, Odin, ele precisa aprender lições de humildade se quiser tornar-se digno de brandir novamente sua arma, o martelo Mjolnir, e com ele seu poder imortal.
Toda a construção de Asgard, a morada dos asgardianos, enche os olhos, assim como a cultura desse povo. Figurinos, o design da cidade, a iluminação e as cores, é tudo impressionante - especialmente para quem cresceu lendo as aventuras do Deus do Trovão nas histórias em quadrinhos. Asgard nunca foi tão bem retratada no papel ou fora dele.
A seleção de Hopkins como o "Pai de Todos", Odin, é igualmente acertada. O ator dá enorme peso e nobreza ao personagem. Como não poderia ser diferente com o eterno Hannibal Lecter.

Não é um filme grandioso, nem perfeito, mas foi feito com muito cuidado e esmero. A aventura foi cadenciada para que mesmo quem nunca leu as histórias do Deus do Trovão possa entender o filme e este é um dos seus acertos. Há cenas cômicas, piadas bem colocadas e cenas de ação empolgantes. Nenhuma delas chega a ser uma cena extremamente grandiosa e inesquecível, mas encaixam-se com perfeição na trama do filme, sem se alongarem de maneira desnecessária.

Enfim, um filme com muitos acertos, belas referências a outros personagens e situações do universo Marvel que farão muitos fãs perceberem na hora, como a citação ao “doutor pioneiro em estudo dos raios gama”, ou a presença da SHIELD e a breve aparição e outro herói, o Gavião Arqueiro.

Como já é de costume nos filmes da Marvel, há uma cena pós-créditos que fará a ligação deste filme com o do Capitão América e ao dos Vingadores.

O filme leva uma nota 8 e merece ser conferido em alta definição. Recomendadíssimo e que venham Os Vingadores.

Release baixado: Thor.2011.720p.BluRay.x264-Felony

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Gran Torino


Apenas agora, depois de alguns anos do lançamento (o filme é de 2008), parei para assistir ao filme Gran Torino. Sempre namorei com ele por ter ouvido algumas boas recomendações, apesar de ter sido pouco divulgado na época do seu lançamento.
Pois baixei um release do filme em alta definição e pude apreciá-lo. As impressões? Estão logo abaixo.

Sinopse: Walt Kowalski (Clint Eastwood) é um inflexível veterano da Guerra da Coréia, que está agora aposentado. Para passar o tempo ele faz consertos em casa, bebe cerveja e vai mensalmente ao barbeiro (John Carroll Lynch). Sua vida é alterada quando passa a ter como vizinhos imigrantes hmong, vindos do Laos, os quais Walt despreza. Ressentido e desconfiando de todos, Walt apenas deseja passar o tempo que lhe resta de vida. Até que Thao (Bee Vang), seu tímido vizinho adolescente, é obrigado por uma gangue a roubar o carro de Walt, um Gran Torino retirado da linha de montagem pelo próprio. Walt consegue impedir o roubo, o que faz com que se torne uma espécie de herói local. Especialmente para Sue (Ahney Her), mãe de Thao, que insiste que deve trabalhar para Walt como forma de recompensá-lo.

O que dizer de Clint Eastwood? O cara é de fato um dos gênios ainda vivos do cinema. Consegue melhorar a cada dia como ator e especialmente como diretor. Além de manter uma média de praticamente um filme por ano há muito tempo, o melhor de tudo é que cada filme sempre supera seu antecessor, é de fato no mínimo para aplaudirmos esse grande ícone. É um grande ator, mas consegue ser um diretor melhor ainda.


O filme é um drama magnífico que trata de um veterano de guerra racista, preconceituoso, cheio de marcas do passado, rabugento e infeliz, que faz questão de ser antipático e arrogante com todos e a transformação que sua vida sofre com o início de uma grande amizade que surge entre pessoas e culturas completamente diferentes oriunda de uma tentativa de roubo. O Gran Torino que dá título ao filme é o elo de ligação que causa os relacionamentos do filme e que marca amizade entre os protagonistas. O excelente roteiro mostra o valor da amizade e como Walt Kowalski necessitava de alguém ao seu lado, alguém que ele procurou durante toda uma vida, já que ele não tinha uma boa relação com seus filhos.
É a mais pura relação de mentor-aprendiz, levada ao pé da letra. Com momentos de pequenos brilhos de perfeição que os tornarão momentos memoráveis deste belo filme.


Mais uma pequena obra prima de Eastwood, um filme que traz com bastante realismo valores de amizade, mas que ensina também sobre tolerância. Ótima narrativa, com um final surpreendente, embora triste, que mostra o valor de um homem atormentado buscando sua redenção por pessoas que ele aprendeu a gostar e a se importar com elas.

Para quem gosta de um bom drama, é um prato cheio. Imperdível!!
Leva com certeza, do meu ponto de vista, uma nota 9.

Release baixado: Gran.Torino.2008.BluRay.720p.x264.DTS.HDBRiSe

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Nostalgia e gatos trovejantes

Você lembra, viveu ou tem admiração pelos anos 80?

Eu pelo menos cresci neles. E com muito orgulho e por vezes saudades. Viver naquela época, e em um país de terceiro mundo, com economia que oscilava mais que barco a vela em uma tempestade, onde a informática era reservada (de todas as formas) e vista praticamente apenas aos estudantes de grandes universidades, internet então, era apenas para pesquisadores ou poucos aventureiros a frente de sua época, onde não existia ainda a Web; foi algo bem diferente do que é para os adolescentes de hoje.

A TV a cabo estava apenas começando e mesmo assim em poucas capitais, somente para a elite e com poucos canais. As distrações de jovens nerds eram resumidas, basicamente, a 3. Ir ao cinema, ler histórias em quadrinhos ou livros e assistir TV, muita TV.  Quem não se lembra de quando tínhamos apenas 3 canais em Uruguaiana, e a alegria era quando “caía o link” com a emissora na capital e ficava a tarde, as vezes o dia inteiro, passando desenhos animados ou os antigos seriados.

Além dos seriados da época, tivemos os desenhos animados, e entre os que mais se destacaram nestes anos posso citar Transformers e Thundercats. Sem dúvida foram muito bons, entre os melhores. Mas houveram muitos outros, alguns mais antigos, mas que reprisavam nesta mesma época. Cito alguns, perdão se a grafia estiver errada: Homem Pássaro, Galaxy Trio, Os Herculóides, Os Impossíveis, Superamigos, Space Ghost, Protetores da Terra, Jhony Quest, Caverna do Dragão e muitos outros.  Então as tardes sem link, eram sempre muito aguardadas. Bom, tudo isso acima, renderia um post por si só bastante interessante e animado, recheado de imagens destas atrações. Mas para não me estender muito, vamos direto ao ponto deste post.

Entre reboots e ressuscitações, dos seriados (Esquadrão Classe A), filmes (diversos) e desenhos daquela época, os Thundercats finalmente voltaram.


Pois finalmente hoje eu assisti aos dois primeiros episódios da nova animação dos Thundercats e fiquei realmente empolgado. Porém, antes de escrever sobre as minhas primeiras impressões, resolvi assistir mais um episódio pra ver ser iria manter a qualidade dos primeiros. E, que me desculpem os saudosistas, mas após três capítulos eu já acho que esse remake tem tudo para ser muito melhor que a série original. Para se ter uma idéia, o Snarf não fala nessa nova série, o máximo que ele faz é ficar repetindo o próprio nome.

Essa nova animação já começa interessante por não tentar repetir o que foi feito na original da década de 1980, quando os Thundercats viviam no Terceiro Mundo e apenas mencionavam seu planeta de origem, Thundera. Aqui, nós somos apresentados ao passado de Thundera... ou seria o futuro do Terceiro Mundo? Posso até estar enganado, mas pelo que foi mostrado nos primeiros episódios, o novo Thundercats revela justamente o futuro dos personagens originais, vários anos depois que a guerra com Mumm-Ra acabou.

Logo no começo do primeiro episódio, uma narração diz que são dias de paz na Terceira Terra e que o império dos gatos conseguiu ser mais forte que todos os outros, incluindo a raça dos répteis. Além disso, a tecnologia é mostrada como algo muito antigo e que foi esquecido por todos. Mais um indício que me faz acreditar que a série se passa muitos anos no futuro.

É interessante que esse novo Thundercats não tenta mostrar todos os gatos como grandes heróis que protegem o planeta. Pelo contrário, Claudus, pai de Lion-O, governa com mão de ferro e todos os répteis são tratados como lixo pela sociedade. Até que, com a ajuda de Mumm-Ra (por enquanto, apenas em sua forma decadente), eles conseguem tecnologia suficiente para atacar os gatos, que contam apenas com armas brancas e alguns poucos clérigos que lançam feitiços, entre eles o velho Jaga.

A partir daí, a história segue Lion-O se tornando líder dos gatos ao empunhar a Espada Justiceira e tendo que buscar o tal Livro dos Presságios, que contém respostas que podem ajudar a derrotar Mumm-Ra. Junto com ele, vão Tygra (irmão mais velho de Lion-O) e Cheetara, que é uma clériga a serviço de Jaga.

E falando nos personagens, eles estão muito mais interessantes nessa nova versão. Lion-O, por exemplo é um jovem rei impulsivo, que não tem maturidade para governar, mas se vê obrigado a isso. Além disso, ele e Tygra nutrem uma rivalidade um pelo outro. Lion-O é o rei por direito, enquanto Tygra é o mais habilidoso dos dois, o que gera ciúmes de ambos os lados. Por enquanto, os dois foram os mais trabalhados, mas Cheetara sendo uma clériga também tem potencial para boas histórias. Sem falar em WilyKit e WilyKat, que são dois órfãos cuja única opção é seguir Lion-O após a capital de Thundera ser dominada pelos répteis.

Graças ao som original em inglês, após quase 20 anos chamando a Espada Justiceira de Espada Justiceira, descubro que o nome original dela é Espada dos Presságios (Sword of Omens). E esse nome faz ainda mais sentido nessa nova série, já que ela permite que Lion-O enxergue o futuro. Se não me engano, na série original, ela só mostrava algum Thundercat que estivesse em perigo.

Com apenas três episódios lançados até agora, eu acho que esse novo Thundercats tem bastante potencial. Principalmente porque ainda falta mostrar o que aconteceu com Panthro, fora que Mumm-Ra até agora não abandonou sua forma decadente. Além disso, fiquei bastante curioso para saber se o desenho se passa no futuro mesmo ou se é tudo viagem da minha cabeça. Pra quem gostava dos Thundercats que eram reprisados infinitamente pela Globo nos anos 80/90, fica aí a dica dessa nova animação.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Série Brasileira?? E de qualidade...


Quando se fala em seriado de ficção científica de qualidade logo se pensa em algum seriado britânico ou americano, bancado por alguma grande rede de TV, correto?

Pois podemos dizer que existem chances de que isto mude, e que estas chances são de exatos 3 por cento.

Parece pouco, mas não é! Ambientada em uma sociedade distópica, talvez em algum futuro pessimista, na qual apenas 3% da população tem acesso a uma vida digna (mas não sem antes passar por um cruel processo seletivo), 3 por cento é uma websérie brasileira com toda a cara de uma série de TV. Com um episódio curto, cerca de 26 minutos e com atores desconhecidos do grande público, vale muito a pena conferir.

Chamam a atenção as perguntas e respostas propostas na entrevista, primeira etapa da seleção. Com fundo filosófico, que trazem perguntas modernas para antigas questões. Muito bem bolada e desenvolvida.

Criada por Pedro Aguilera Fernandes e produzida pela Maria Bonita Filmes, a série traz elementos clássicos de sci-fi como Admirável Mundo Novo1984Metrópolis e outros, resolvendo com criatividade as limitações financeiras de produção e entregando um roteiro bastante tenso e envolvente.

A produtora tenta agora encontrar algum canal de TV com visão para a veiculação de 3 por cento. O primeiro episódio pode ser visto no youtube, dividido em três partes e possui também versão em alta definição. Preciso dizer que vale muito a pena?

Vamos esperar que a produtora consiga um bom incentivo e patrocínio e que possamos voltar a falar dela em seguida aqui no blog.

Seguem abaixo os links para quem quiser conferir o primeiro episódio:





quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Falling Skies - Finale



Terminou neste final de semana a série Falling Skies na TV americana. Pelo menos a primeira temporada.
Foram 10 episódios de uma série que me surpreendeu. Afinal, séries de alienígenas, ainda mais com tema de invasão e mostrando a resistência dos humanos possui dois problemas. O primeiro é que tendem a cair na mesmice, ou enrolam muito em tramas mais políticas, ou então se forem para o lado do conflito os humanos acabam sendo massacrados. Se por acaso conseguirem alguma forma de derrotar os aliens, você sabe, a série acaba e ponto final.

Pois Falling Skies não teve medo de ir direto contra a corrente e focar direto na resistência dos humanos. Mas fez isso com muita competência. Carregando no drama e nas relações humanas, de uma maneira muito semelhante com a forma como The Walking Dead explorou de forma soberba as relações humanas. Apesar do foco ser outro, o desvio para mostrar o aprofundamento nos personagens, quando bem feito, resulta em uma série rica em variedade e inovação.

Para dar um resumo, sem entregar muitos spoilers, posso dizer que os 10 episódios que formam esta temporada são muito superiores às duas temporadas inteiras da série V (por sinal já cancelada). Mesmo os efeitos especiais são muito bem feitos, e em algumas vezes muito bem contornados, colocando muitas vezes a sugestão e a nossa imaginação do que oferecendo cenas inverossímeis. 

A maior parte dos episódios, eu diria uns 8, são excelentes, com apenas uns 2 inferiores ou cansativos. A série tem seus méritos e merece o reconhecimento.
Aguardarei ansioso pela próxima temporada em 2012. Se você ainda não a conferiu, fica a dica. São apenas 10 episódios que podem ser facilmente encontrados na internet ou conferidos no canal pago TNT.

domingo, 7 de agosto de 2011

Super 8


A magia e a inocência dos filmes da década de 70 voltaram ao cinema moderno. E de maneira arrebatadora. J.J. Abrams demonstra que merece um lugar entre os grandes da Sétima Arte. Apadrinhado neste projeto por ninguém menos do que Steven Spielberg, o qual é homenageado neste filme de forma surpreendente.

A nostalgia voltou às telas, esta é a impressão ao assistir este filme. Nostálgico, mas sem ser piegas nem forçado. Um filme agradável de assistir e que me faz lembrar do passado. Ao vê-lo, logo de início, com a ambientação feita no filme, a impressão é de que estamos assistindo ao Contatos Imediatos do Terceiro Grau ou E.T. Não por acaso, filmes do produtor Steven Spielberg. Que o próprio J.J. Abrams, roteirista e diretor do filme, confessou ser fã e fonte de inspiração para o mesmo. A homenagem feita por ele, no caso, é mais do que justa e muito bem produzida. Não deverá entrar para a história do cinema com o mesmo peso das obras citadas, mas é uma produção do mesmo patamar e com excepcional acerto.

Na história do filme conhecemos Joe Lamb, um garoto de aproximadamente 14 anos que acaba de perder a mãe, em um acidente na fábrica de aço da pequena cidade de Lilian, no ano de 1979. O vemos com olhar perdido ao lado de fora, em um balanço e tomamos conhecimento da preocupação dos vizinhos com seu futuro, já que seu pai, policial da cidade não parece ser o pai ideal.

Logo em seguida vemos um salto temporal para 4 meses adiante e vemos seu envolvimento com os colegas de aula, quando um deles está fazendo um filme amador, com uma câmera Super 8, daí o nome do filme. Ao todo são 6 amigos, com a recém chegada Alice ao filme, a única garota na turma. Que logo se torna o interesse romântico do pequeno Joe.

Numa noite, logo após o início das férias escolares, saem escondidos de suas casas para fazerem a filmagem de uma cena de seu filme amador, um filme sobre zumbis. Como não existe orçamento e tudo é feito apenas com uma boa dose de imaginação, o garoto Charles resolve fazer esta cena na pequena estação de trem da cidadezinha, aproveitando a passagem de um trem pelo local. Enquanto estão ensaiando a cena, e a garota Alice (Elle Fanning) rouba a cena, com uma tomada de puro talento e emoção. Neste momento o trem se aproxima e a filmagem começa. Logo a seguir vemos uma camionete que entra nos trilhos e causa um acidente com o trem. As cenas do acidente são muito bem feitas e mostram destruição total. Os garotos escapam por muito pouco, mas o que muda o filme é um dos vagões, de onde sai uma criatura que definitivamente, não é humana.

Logo, começam a ocorrer os mais estranhos casos e situações na pequena cidade. Neste ponto o filme nos faz viajar por clichês e lembranças desta época. O filme acerta em cheio nas cenas dramáticas e nos alívios cômicos, como a cena já esperada com o walkman e a destruição no posto de combustível.
As cenas e situações mostradas nos fazem apreciar ainda mais o filme. Tudo aquilo que permeou e marcou os anos 70 e 80 podem ser encontrados no filme. Do mistério, às conspirações e até a guerra fria fazem sua presença ser notada, porém de forma discreta e velada muitas vezes. Para quem cresceu amando os filmes de ficção desta época o filme será um deleite. Enfim, merece ser assistido com qualidade e de preferência em uma sala de cinema.

Claro que o filme não é perfeito, e a previsibilidade do roteiro talvez seja sua maior falha. Porém diante de tantos outros filmes atuais que estreiam semanalmente em nossos cinemas, este fica muito acima da média. A direção dos atores infantis é muito boa, e em muitos momentos relembramos de Os Goonies. O desenvolvimento dos personagens é satisfatório, as cenas de ação e aventura, bem como a dose de mistério são muito bem aplicadas.

Resumindo, J.J. Abrams passa a ser um nome que sempre irá arrastar muito público para conferir suas histórias. Ele já havia acertado a mão em Lost, comprovou seu talento ao lidar com respeito à história e os fãs de Star Trek no novo filme e agora, mostra que deve ser levado a sério, ainda mais quando se associa ao mago da fantasia, Steven Spielberg.

Uma nota 8,5 é o mínimo que o filme merece, quem sabe em uma segunda conferida, ele possa crescer ainda mais.

A versão que conferi é uma prévia para a imprensa, chamada de DVDScreener, já que o filme só vai estrear no Brasil em 12 de agosto. Assim que for disponibilizado em alta definição vou conferir novamente e com certeza está na lista de Blu Ray a ser adquirido quando for lançado.

Release baixado: Super.8.2011.DVDSCR.XViD-EVO

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O Anel


Pois é gente, graças à Deus as férias ainda continuam e tenho conseguido aproveitar bastante. Descansar, colocar alguns filmes e séries todos em dia, e um programa super especial, assistir filmes com minha filha. Ela já adora ver filmes, e junto comigo ela não recusa nada. Por conta disso, tenho feito ela crescer amando filmes que eu adorei no decorrer da vida. Alguns dos quais já assistimos juntos: A.I. Inteligência Artificial, A sextologia Star Wars, a trilogia De Volta para o Futuro, os 4 Indiana Jones, os dois primeiros Aliens, a trilogia da Múmia, Piratas do Caribe, O feitiço de Áquila, E.T., Tubarão, Titanic, Trilogia Homem Aranha, A espera de um milagre, e vários outros. Alguns destes citados, assistimos nestas férias. Mas agora, concluímos algo especial. A trilogia fantástica O Senhor dos Anéis.

Falar dos filmes em si, seria chover no molhado. A crítica toda já elogiou cada um dos filmes. Estão bem no topo da minha lista de filmes preferidos. Mas acho interessante falar das versões que assistimos, as versões estendidas.

Muitas pessoas, os que não são tão ligados ao cinema ou que não são “nerds”, sequer sabem da existência delas. Então acredito que dedicar alguns parágrafos comentando sobre as mesmas, seria algo inovador a maioria dos leitores aqui do blog.

Pois bem, o diretor Peter Jackson, sempre foi apaixonado pelos livros de J.R.R. Tolkien, que são a fonte para os filmes. Sempre sonhou em um dia leva-los para as telas. Muitos diretores também tiveram este sonho, mas todo mundo dizia que eram impossíveis de serem filmados, dado à sua complexidade, riqueza de detalhes, quantidade de personagens e situações que seriam muito caras ou difíceis de serem filmadas. No final da década de 70 (1978 para ser preciso), foram feitos dois desenhos animados que adaptavam os 3 livros principais da saga. Desenhos em longa-metragem e até com bastante respeito à saga. Mas o resultado final não foi do agrado da maioria. No Brasil apenas a primeira parte foi lançada. A parte dois é difícil de ser encontrado, mesmo na internet, mas para quem é fã, vale a pena dar uma boa procurada.

No final dos anos 90 Peter Jackson decidiu que queria levar a história aos cinemas, com atores reais e em uma grande produção. Como as do passado, quando foi possível filmar Os 10 Mandamentos, Bem Hur, Cleópatra e outras produções gigantescas. Com toda a qualidade e respeito que os livros mereciam. Afinal, nesta época o site de vendas americano Amazon, e sua versão do Reino Unido, havia feito uma pesquisa onde seus milhões de clientes ao redor do mundo deveriam eleger aquele que consideravam o melhor livro feito no século XX. O mais votado, claro, foi a Bíblia, porém como ela não foi escrita no século passado, o vencedor foi O Senhor dos Anéis.
Resumindo a história dos filmes, Peter Jackson, depois de ouvir um não de diversos estúdios,  conseguiu convencer a New Line, estúdio pertencente à Warner, a bancar o filme. Para não estragar o desenvolvimento, ele tinha a ideia de fazer 2 filmes contando toda a história e mesmo assim o custo seria bastante elevado.  Houveram estúdios que até toparam a ideia, mas queriam tudo em um único filme e com orçamento limitado. Ele não aceitou. Então, foi com grande surpresa quando saiu do próprio estúdio a ideia de fazer 3 filmes, da mesma forma como eram 3 livros. E com orçamento gigantesco, superando os US$ 300.000.000,00. O filme mais caro de todos os tempos até então. São 3 filmes, mas tão interligados que podem ser interpretados como um só. E tudo isso para um diretor de pouco prestígio até aquele momento.

Para aproveitar melhor o elenco, orçamento e “pegada” da equipe, os 3 filmes foram rodados simultaneamente durante um período de pouco mais de 18 meses. Com direito a novas tomadas e filmagens adicionais entre o lançamento de cada um dos filmes.  Como sabemos de sua paixão pela história, Peter Jackson filmou demais, com muito respeito, embora alguns fãs mais xiitas reclamem das modificações feitas, os filmes ficaram muito bons. Excelente até. E antes de lançar os primeiros DVD’s da Sociedade do Anel, o primeiro filme, ele avisou que meses depois lançaria uma edição especial com cenas que não entraram na versão exibida nos cinemas, a fim de deixar que o filme tivesse uma duração máxima de 3 horas. E mesmo assim foi pressionado pelos cinemas e investidores. Afinal, filmes muito longos, permitem menos exibições por dia, e consequentemente, menor arrecadação.

Bom, após o sucesso estrondoso nas bilheterias e recordes na venda de DVD’s, as tão esperadas Edições Estendidas foram lançadas mundo afora, menos no Brasil. A Warner, responsável pela distribuição dos filmes aqui no país não levou fé no potencial de venda do mesmo filme mais de uma vez e optou por não adquirir os direitos. Quando viram a quantidade de importações de DVD’s estrangeiros com os filmes perceberam o erro, porém o preço agora, havia sido corrigido, e para muito mais caro, então ficamos sem as edições que começaram a sair em 2002 e só foram lançadas oficialmente aqui no final de 2010. São estas edições que adquiri. Uma caixa superespecial, com embalagem caprichada, parecendo 3 livros antigos que se desdobram, contendo nada menos do que 12 discos. Sendo que cada um dos filmes está divido em 2 DVD’s, assim a imagem ficou melhor que as versões normais e houve espaço para diversas trilhas de comentários e uma incrível faixa de áudio em DTS. Os outros 8 discos contém material extra inédito que não haviam sido inclusos nos DVD's das versões normais. Resumindo, imperdível para fãs.
O presente cobiçado que me dei ano passado

O primeiro filme, A Sociedade do Anel, ganhou mais 35 minutos de duração. O filme que já possuía 3 horas, ficou ainda melhor e o tempo passa mais depressa! Incoerência? Como podem 3:35h passarem mais rapidamente do que 3? Simplesmente fazendo um filme melhor, mais fiel, mais emocionante, mais belo e mais impactante. Nesta versão podemos ver cenas que ficaram de fora do corte original, como uma nova introdução, com mais detalhes da história do anel e seu destino, uma nova apresentação dos hobbits, feita por Bilbo. É possível notar melhor a passagem de tempo entre um ponto e outro da história. Podemos ver os elfos se dirigindo para os Portos Cinzentos, Aragorn em Valfenda visitando o túmulo de sua mãe, mais tempo percorrido em Minas Moria, Lothórien muito melhor explorada, as cenas dos presentes élficos. Enfim, se o mundo fosse justo, esta versão deveria ser a única e ter sido exibida nos cinemas de todo o mundo. O filme fica muito melhor, principalmente para quem leu os livros, pois conseguirá identificar diversas passagens e referências.

O segundo filme, As Duas Torres, ganhou um acréscimo de 42 minutos. Eu o considerava um filme bom, mas bastante inferior aos outros 2. Com o acréscimo recebido, o filme ganha nova força. Ficou muito melhor. Acredito que dos três filmes, ele seja o que melhor tenha se beneficiado das cenas extras. A narrativa fica muito melhor e eventos que pareciam sem sentido, agora ficam totalmente explicados. Com destaque para a expulsão de Eómer de Rohan e a interação entre Aragorn e o cavalo Brego. Vendo sua doma e libertação pelo nosso herói, podemos entender a cena do resgate que aparece na versão dos cinemas. Algumas cenas ficam muito mais tocantes como a canção entoada no funeral do filho do rei Theoden. As cenas hilárias entre Merry e Pippin na morada dos Ents, ainda com a cena que muitos consideram uma pequena homenagem ao velho carvalho e a Tom Bombadil que não foram inclusos no filme. Temos a sequência final melhor resolvida, com o discurso pacifista de Sam ocorrendo um pouco mais tarde, então podemos ver o final da batalha contra os Orcs e o fim dos mesmos.

Já o filme final, O Retorno do Rei, ganhou 50 minutos de novas cenas e cenas estendidas. Logo no começo, temos uma sequência de deveria ter sido mostrada nos cinemas, onde é mostrado o destino do mago Saruman, com uma homenagem à carreira do ator Christopher Lee onde o cinéfilo que visualizar a cena entenderá os porquês logo de cara. Apenas esta sequência já seria motivo para assistir esta versão, pois além de mostrar o destino do Mago e do traidor Língua de Cobra, ainda nos mostra como o Palantir chegou até as mãos dos Hobbits. Mas temos muitas outras, aumentadas e inéditas, sendo destacada a aparição do enviado de Sauron aos Portões Negros, Boca de Sauron, para afrontar nossos heróis.

Enfim, apesar da demora do lançamento no Brasil, o sucesso foi absoluto. Tanto que já foram divulgados que desde fevereiro de 2011 estão sendo vendidas uma segunda tiragem da coleção, já que o que havia sido inicialmente planejado esgotou-se em pouco tempo. Portanto, se você é fã da história e/ou dos filmes, faça o possível para adquirir a sua enquanto ainda pode ser encontrada a venda nas melhores lojas virtuais. Em seguida devem acontecer duas coisas. Ou ela irá sumir de vista devido ao esgotamento, ou poderá começar a ser entregue em embalagens inferiores e sem a mesma pompa.

Recomendadíssima, Nota 10! Para os filmes e a coleção em si.

Nem preciso comentar que minha filha adorou os filmes, ao ponto de permanecer acordada até as 3 horas da madrugada por dois dias, enquanto as assistíamos. Inicialmente havíamos combinado de assistir apenas 1 disco por noite, de maneira que veríamos os filmes no decorrer de 6 dias. Porém o seu empolgamento e ansiedade foram tantos, que somente A Sociedade do Anel obedeceu a estas regras. Os outros dois filmes foram vistos integralmente. Mesmo que um tenha ficado com 3:42h e outro com 4:10h de duração. O tempo voou!

Quer mais um motivo para vê-los?
A foto abaixo é da comitiva dos anões que irão levar Bilbo para a maior aventura de sua vida, a história que aconteceu antes da Saga do Senhor dos Anéis, chamada de O Hobbit, a qual está em processo de filmagem e tem previsão de estreia para o próximo ano.