quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge


Na semana passada finalmente consegui um tempo livre para ir ao cinema conferir este que era um dos filmes mais esperados do ano. Eu mesmo era um dos que o aguardavam com muita ansiedade, uma vez que gosto muito dos filmes anteriores.

Coincidência triste, é que esta foi a última sessão que pude acompanhar em nosso cinema, que nesta segunda-feira foi fechado, mais uma vez. A desculpa é que em seu lugar (re)ssurgirá (desculpem, não resisti ao trocadilho) um teatro novo e inédito em nossa cidade. Até aí tudo bem, mas e nós, amantes da sétima arte?

Sinopse:
Oito anos após a morte de Harvey Dent, a cidade de Gotham City está pacificada e não precisa mais do Batman. A situação faz com que Bruce Wayne (Christian Bale) se torne um homem recluso em sua mansão, convivendo apenas com o mordomo Alfred (Michael Caine). Um dia, em meio a uma festa realizada na Mansão Wayne, uma das garçonetes contratadas rouba um colar de grande valor sentimental. Trata-se de Selina Kyle (Anne Hathaway), uma esperta e habilidosa ladra que, apesar de flagrada por Bruce, consegue fugir. Curioso em descobrir quem é ela, Bruce retorna à caverna para usar os computadores que tanto lhe serviram quando vestia o manto do Homem-Morcego. Aos poucos começa a perceber indícios do surgimento de uma nova ameaça a Gotham City, personificada no brutamontes Bane (Tom Hardy). É o suficiente para que volte a ser o Batman, apesar dos problemas físicos decorrentes de suas atividades como super-herói ao longo dos anos.

Assim como muitos outros garotos da minha faixa etária, eu cresci assistindo Batman. Lia diversos heróis em quadrinhos, mas assistir mesmo, eram apenas 2 com mais frequência. Era o desenho animado do Homem Aranha e as reprises do seriado do Batman de Adam West e o desenho animado. E como eu adorava. Antes mesmo de começar a frequentar o colégio já acompanhava as muitas aventuras da dupla dinâmica contra os mais diversos inimigos e com dezenas de onomatopeias que em nada nos incomodavam.

Naquela época, ver o Batman puxando dados do seu Mainframe e ver todas aquelas luzes piscando e a perspicácia do nosso herói nos satisfazia e nos deixavam viajar diariamente para Gothan City.

Depois dos altos e baixos da franquia no cinema nos anos 90, finalmente Chris Nolan deu uma revigorada no morcegão que há muito tempo ele precisava. Tudo começou com o ótimo Begins que foi solidamente alicerçado em algo que faltava nos filmes anteriores: uma dose maciça de realidade. Este foi o foco, acima da fantasia e do mito, era mostrar que o Batman era quase real. E ele conseguiu. Mesmo no segundo e maior filme da franquia isso ainda pontuava o filme e não nos deixava fugir da sensação de realidade e pés no chão.
Ela quase roubou o filme

A nova e aguardada derradeira aventura do Cavaleiro das Trevas de Nolan chegou com muitas promessas e expectativas lá no alto. E eis que o filme é muito bom e consegue cumprir a maioria delas. Os efeitos especiais estão muito bons, como era de se esperar. A cena inicial do sequestro aéreo é excelente e, se não fosse divulgada à exaustão nos trailers e divulgações, seria totalmente inesperada. O tom sombrio dos filmes anteriores continua presente. Os atores, com destaque para a bela Anne Hathaway, estão em sua maioria, muito bem em seus personagens. Um ponto a se lamentar é o pouco espaço em cena do sempre ótimo Michael Caine e do irretocável Gary Oldman.

Porém, ao meu ver, a missão não foi completada totalmente. Faltou algo ao filme. Não sei dizer se era expectativa demais, mas o filme não empolga a não ser no seu ato final.

Não estou dizendo que o filme seja ruim, muito longe disso, porém se o filme funciona na maior parte da fita, ele nos deixa um sentimento de que algo ficou faltando. O filme é longo demais (2:45h) e mesmo assim algumas coisas são mal dimensionadas. A introdução é longa demais e o final corrido demais. Nolan não soube perceber que a despedida do morcego era o que queríamos degustar com mais calma. Por isso é a parte que empolga realmente.

O filme, assim como os anteriores, possui suas falhas, é claro. Mas aqui elas são evidentes demais. Para um diretor que apostou no realismo e coerência, ele acabou se perdendo em pontos cruciais que, ao meu ver, jogaram contra ele próprio. Algumas incoerências que incomodam, tentando não entregar surpresas aos desavisados, são: a debilidade inicial do personagem em contraste com o final do filme anterior, o efeito muito duradouro dos atos dos filmes anteriores em relação à criminalidade, o rápido retorno à capa do Batman, a luta totalmente desigual com Bane, sua cura da forma e no tempo em que se deu, a luta final com o vilão e o principal pra mim, a incoerência de aceitar que uma cidade americana fique tomada por terroristas por longos 5 meses. Estes fatos jogam contra o histórico criado nas aventuras anteriores.

É claro que todos estes pontos podem ser discutidos e talvez até contornados com boa vontade, mas o fato é que da maneira como postos no filme acabaram me incomodando. Não a ponto de desgostar do filme, jamais, mas o suficiente para que o considere o mais fraco entre os 3 filmes. Mas isso não é demérito, na verdade é um elogio aos dois anteriores que me conquistaram e me levaram de volta à sala escura para ver o final da saga.
Luke, I am your father, ops...

Há outros pontos do filme que poderiam ser comentados, como a participação e personagem de Joseph Gordon-Levitt, o final ao estilo Inception ou ainda o novo veículo do Batman, mas vamos deixar estes comentários para uma boa conversa entre amigos, e com toda certeza, no próximo almoço que teremos entre uma velha turma de bons amigos que apreciam os filmes, quadrinhos, personagens, etc...

Com toda certeza irei adquirir o Blu-Ray do filme e assistir em alta definição, mas não poderei dar a ele a nota que eu imaginava.

Leva uma nota 8,5 sem dúvida. Quem sabe em uma segunda conferida e com menos expectativas possa rever, mas hoje, é o que considero justo a ele.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Passando tempo

Este é aquele tradicional post apenas para "encher linguiça" e dizer que ainda estou vivo no mundo virtual, apenas com pouco tempo para fazer novos posts. Tudo graças à correria do dia a dia, serviço, afazeres e outras coisas.

Coleção Tarantino
Mas também é um post que traz alegria, pois mostra aquilo pelo qual estava ansioso aguardando a chegada,e finalmente chegou....

Quatro filmes incríveis

Só quem faz compras virtuais sabe a ansiedade que ficamos até que elas cheguem. Pelo menos ainda temos boas lojas que fazem entregas super-rápidas como esta. Comprado na segunda-feira, chegou hoje, na quinta-feira. De São Paulo a Uruguaiana. Excelente prazo de entrega.

Que vieram a se somar a outros dois filmes do mesmo diretor

Tarantino é 10! Em alta definição, melhor ainda...


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Jogos Vorazes


 “Jogos Vorazes é o substituto de Harry Potter e Crepúsculo”. Você provavelmente leu muito essa afirmação nos últimos meses. O sucesso dos livros de Suzanne Collins é estrondoso, e adaptação para o cinema foi considerado o primeiro grande evento cinematográfico de 2012. Mas já antecipo que não li nem mesmo um resumo de nenhum dos três livros. De certa forma, Jogos Vorazes realmente vem pra substituir as franquias citadas, já que faz parte de uma literatura que agrada a diferentes públicos (crianças, jovens, adultos), e possui uma fiel legião de fãs. A verdade é que Jogos Vorazes veio para fazer sucesso nos cinemas, e a sua qualidade pode ser mais bem comparada a de Harry Potter do que a história insossa da saga dos vampiros, lobisomens e afins. Vamos ver se os próximos filmes crescerão em qualidade como aconteceu com os filmes do bruxinho.

Sinopse:
Jogos Vorazes (The Hunger Games) conta a trajetória de Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) em um futuro distante, sobre as ruínas de uma já esquecida América do Norte. O capitólio de Panem relembra, com os Jogos Vorazes, a derrota da rebelião de 13 distritos contra sua capital, onde um deles foi exterminado. Um adolescente e uma adolescente são oferecidos como tributo por cada distrito para participar dos jogos, onde apenas um dos 24 jovens pode sair vivo, em um evento sangrento e televisionado. Quando a jovem Primrose Everdeen é selecionada em um sorteio, sua irmã Katniss se oferece como tributo e acaba jogada em uma gigantesca “arena” contra jovens altamente treinados, que se prepararam para isso suas vidas inteiras. Sem perceber, Katniss e sua personalidade podem estar começando algo que mudará a história dos distritos para sempre.


Assisti este filme no início da semana, escolhido para ser visto em família, mas que não é infantil. Pelo contrário, mostra e discute temas que são muito melhor entendidos por jovens e adultos, sendo às vezes uma crítica a certos programas de televisão atuais, os dispensáveis reality shows, invasivos e cada vez mais apelativos. É claro que não chega a se comparar com o ótimo Show de Truman, mas a relação pode ser feita.

Apesar de pouco original, a premissa é interessante, pois abre espaço para criticar uma sociedade que se auto consome, tendo como principal entretenimento a manipulação da própria vida de outras pessoas. Como não poderia deixar de ser em um blockbuster, este viés crítico não é o foco do filme. Mas ele se faz sempre presente, permeando toda a narrativa e tendo até certos momentos de maior atenção. Esta subtrama social, ainda que contida, apresenta-se em um grau maior do que o comum para filmes deste porte, com proposta comercial e público-alvo juvenil.

O caráter maduro em relação a outras produções do gênero é reflexo da competente direção de Gary Ross, que se preocupa em abordar o tema com mais dramaticidade e menos romantismo e pirotecnia. O primeiro ato é o melhor exemplo dessa atmosfera. Os personagens são apresentados pacientemente em suas ações rotineiras e só vamos conhecendo suas personalidades ao decorrer da trama. Os clichês, que precisam existir, são trabalhados de forma a integrá-los ao enredo ou à psicologia dos personagens, tornando-os menos incômodos.

Destaque também para o contraste entre o Distrito 12 e seu aspecto acinzentado com a Capital e suas cores  e roupas esvoaçantes. Como se a personagem saísse de sua floresta e adentrasse ao País das Maravilhas, tendo inclusive uma versão feminina do Chapeleiro Maluco.
Alice e a Chapeleira?


Os efeitos especiais não roubam a cena e trabalham em prol do filme, um ganho se considerar muitos outros filmes recentes. O melhor efeito especial é aquele que não rouba a cena para si mesmo, já dizia um grande diretor. Ele deve se dissolver nas cenas. E isso nós vemos aqui.

Apesar de não ser um filmaço, daqueles de empolgar, eu acabei simpatizando com ele. Conferi em uma versão em HD, 720p com ótima qualidade de imagem e som. Para que minha filha pudesse acompanhar mais tranquilamente, optei por baixar uma versão com opção de dois idiomas de áudio, as chamadas Dual Audio. Não é um som estrondoso e poderoso como a versão original em DTS, mas é uma dublagem bem feita pelo menos, que não decepciona, e mesmo a versão dublada é em 5.1 canais, porém em Dolby Digital.

Leva uma nota 7,5 e pode ser considerado um ótimo entretenimento, sem muitas pretensões e sem ser extremamente violento ou pesado.

Release baixado: Jogos.Vorazes.2012.720p.BluRay.x264.DUAL-ANGELiC