sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Jogos Vorazes


 “Jogos Vorazes é o substituto de Harry Potter e Crepúsculo”. Você provavelmente leu muito essa afirmação nos últimos meses. O sucesso dos livros de Suzanne Collins é estrondoso, e adaptação para o cinema foi considerado o primeiro grande evento cinematográfico de 2012. Mas já antecipo que não li nem mesmo um resumo de nenhum dos três livros. De certa forma, Jogos Vorazes realmente vem pra substituir as franquias citadas, já que faz parte de uma literatura que agrada a diferentes públicos (crianças, jovens, adultos), e possui uma fiel legião de fãs. A verdade é que Jogos Vorazes veio para fazer sucesso nos cinemas, e a sua qualidade pode ser mais bem comparada a de Harry Potter do que a história insossa da saga dos vampiros, lobisomens e afins. Vamos ver se os próximos filmes crescerão em qualidade como aconteceu com os filmes do bruxinho.

Sinopse:
Jogos Vorazes (The Hunger Games) conta a trajetória de Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) em um futuro distante, sobre as ruínas de uma já esquecida América do Norte. O capitólio de Panem relembra, com os Jogos Vorazes, a derrota da rebelião de 13 distritos contra sua capital, onde um deles foi exterminado. Um adolescente e uma adolescente são oferecidos como tributo por cada distrito para participar dos jogos, onde apenas um dos 24 jovens pode sair vivo, em um evento sangrento e televisionado. Quando a jovem Primrose Everdeen é selecionada em um sorteio, sua irmã Katniss se oferece como tributo e acaba jogada em uma gigantesca “arena” contra jovens altamente treinados, que se prepararam para isso suas vidas inteiras. Sem perceber, Katniss e sua personalidade podem estar começando algo que mudará a história dos distritos para sempre.


Assisti este filme no início da semana, escolhido para ser visto em família, mas que não é infantil. Pelo contrário, mostra e discute temas que são muito melhor entendidos por jovens e adultos, sendo às vezes uma crítica a certos programas de televisão atuais, os dispensáveis reality shows, invasivos e cada vez mais apelativos. É claro que não chega a se comparar com o ótimo Show de Truman, mas a relação pode ser feita.

Apesar de pouco original, a premissa é interessante, pois abre espaço para criticar uma sociedade que se auto consome, tendo como principal entretenimento a manipulação da própria vida de outras pessoas. Como não poderia deixar de ser em um blockbuster, este viés crítico não é o foco do filme. Mas ele se faz sempre presente, permeando toda a narrativa e tendo até certos momentos de maior atenção. Esta subtrama social, ainda que contida, apresenta-se em um grau maior do que o comum para filmes deste porte, com proposta comercial e público-alvo juvenil.

O caráter maduro em relação a outras produções do gênero é reflexo da competente direção de Gary Ross, que se preocupa em abordar o tema com mais dramaticidade e menos romantismo e pirotecnia. O primeiro ato é o melhor exemplo dessa atmosfera. Os personagens são apresentados pacientemente em suas ações rotineiras e só vamos conhecendo suas personalidades ao decorrer da trama. Os clichês, que precisam existir, são trabalhados de forma a integrá-los ao enredo ou à psicologia dos personagens, tornando-os menos incômodos.

Destaque também para o contraste entre o Distrito 12 e seu aspecto acinzentado com a Capital e suas cores  e roupas esvoaçantes. Como se a personagem saísse de sua floresta e adentrasse ao País das Maravilhas, tendo inclusive uma versão feminina do Chapeleiro Maluco.
Alice e a Chapeleira?


Os efeitos especiais não roubam a cena e trabalham em prol do filme, um ganho se considerar muitos outros filmes recentes. O melhor efeito especial é aquele que não rouba a cena para si mesmo, já dizia um grande diretor. Ele deve se dissolver nas cenas. E isso nós vemos aqui.

Apesar de não ser um filmaço, daqueles de empolgar, eu acabei simpatizando com ele. Conferi em uma versão em HD, 720p com ótima qualidade de imagem e som. Para que minha filha pudesse acompanhar mais tranquilamente, optei por baixar uma versão com opção de dois idiomas de áudio, as chamadas Dual Audio. Não é um som estrondoso e poderoso como a versão original em DTS, mas é uma dublagem bem feita pelo menos, que não decepciona, e mesmo a versão dublada é em 5.1 canais, porém em Dolby Digital.

Leva uma nota 7,5 e pode ser considerado um ótimo entretenimento, sem muitas pretensões e sem ser extremamente violento ou pesado.

Release baixado: Jogos.Vorazes.2012.720p.BluRay.x264.DUAL-ANGELiC

2 comentários:

  1. Eu havia comentado neste post antes, mas não ficou registrado. O filme é bem legal mesmo! Só fiquei com uma dúvida, tu disseste que não leste os livros, assimo como eu, mas então de onde a informação de que os demais participantes são "jovens altamente treinados, que se prepararam para isso suas vidas inteiras", não lembro disto no filme. Abração!

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  2. Fala Rodrigo.
    A "Sinopse" das resenhas que eu escrevo eu sempre busco na divulgação dos filmes mesmo. Apenas exponho minhas opiniões mesmo, não crio os resumos não.

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