domingo, 7 de agosto de 2011

Super 8


A magia e a inocência dos filmes da década de 70 voltaram ao cinema moderno. E de maneira arrebatadora. J.J. Abrams demonstra que merece um lugar entre os grandes da Sétima Arte. Apadrinhado neste projeto por ninguém menos do que Steven Spielberg, o qual é homenageado neste filme de forma surpreendente.

A nostalgia voltou às telas, esta é a impressão ao assistir este filme. Nostálgico, mas sem ser piegas nem forçado. Um filme agradável de assistir e que me faz lembrar do passado. Ao vê-lo, logo de início, com a ambientação feita no filme, a impressão é de que estamos assistindo ao Contatos Imediatos do Terceiro Grau ou E.T. Não por acaso, filmes do produtor Steven Spielberg. Que o próprio J.J. Abrams, roteirista e diretor do filme, confessou ser fã e fonte de inspiração para o mesmo. A homenagem feita por ele, no caso, é mais do que justa e muito bem produzida. Não deverá entrar para a história do cinema com o mesmo peso das obras citadas, mas é uma produção do mesmo patamar e com excepcional acerto.

Na história do filme conhecemos Joe Lamb, um garoto de aproximadamente 14 anos que acaba de perder a mãe, em um acidente na fábrica de aço da pequena cidade de Lilian, no ano de 1979. O vemos com olhar perdido ao lado de fora, em um balanço e tomamos conhecimento da preocupação dos vizinhos com seu futuro, já que seu pai, policial da cidade não parece ser o pai ideal.

Logo em seguida vemos um salto temporal para 4 meses adiante e vemos seu envolvimento com os colegas de aula, quando um deles está fazendo um filme amador, com uma câmera Super 8, daí o nome do filme. Ao todo são 6 amigos, com a recém chegada Alice ao filme, a única garota na turma. Que logo se torna o interesse romântico do pequeno Joe.

Numa noite, logo após o início das férias escolares, saem escondidos de suas casas para fazerem a filmagem de uma cena de seu filme amador, um filme sobre zumbis. Como não existe orçamento e tudo é feito apenas com uma boa dose de imaginação, o garoto Charles resolve fazer esta cena na pequena estação de trem da cidadezinha, aproveitando a passagem de um trem pelo local. Enquanto estão ensaiando a cena, e a garota Alice (Elle Fanning) rouba a cena, com uma tomada de puro talento e emoção. Neste momento o trem se aproxima e a filmagem começa. Logo a seguir vemos uma camionete que entra nos trilhos e causa um acidente com o trem. As cenas do acidente são muito bem feitas e mostram destruição total. Os garotos escapam por muito pouco, mas o que muda o filme é um dos vagões, de onde sai uma criatura que definitivamente, não é humana.

Logo, começam a ocorrer os mais estranhos casos e situações na pequena cidade. Neste ponto o filme nos faz viajar por clichês e lembranças desta época. O filme acerta em cheio nas cenas dramáticas e nos alívios cômicos, como a cena já esperada com o walkman e a destruição no posto de combustível.
As cenas e situações mostradas nos fazem apreciar ainda mais o filme. Tudo aquilo que permeou e marcou os anos 70 e 80 podem ser encontrados no filme. Do mistério, às conspirações e até a guerra fria fazem sua presença ser notada, porém de forma discreta e velada muitas vezes. Para quem cresceu amando os filmes de ficção desta época o filme será um deleite. Enfim, merece ser assistido com qualidade e de preferência em uma sala de cinema.

Claro que o filme não é perfeito, e a previsibilidade do roteiro talvez seja sua maior falha. Porém diante de tantos outros filmes atuais que estreiam semanalmente em nossos cinemas, este fica muito acima da média. A direção dos atores infantis é muito boa, e em muitos momentos relembramos de Os Goonies. O desenvolvimento dos personagens é satisfatório, as cenas de ação e aventura, bem como a dose de mistério são muito bem aplicadas.

Resumindo, J.J. Abrams passa a ser um nome que sempre irá arrastar muito público para conferir suas histórias. Ele já havia acertado a mão em Lost, comprovou seu talento ao lidar com respeito à história e os fãs de Star Trek no novo filme e agora, mostra que deve ser levado a sério, ainda mais quando se associa ao mago da fantasia, Steven Spielberg.

Uma nota 8,5 é o mínimo que o filme merece, quem sabe em uma segunda conferida, ele possa crescer ainda mais.

A versão que conferi é uma prévia para a imprensa, chamada de DVDScreener, já que o filme só vai estrear no Brasil em 12 de agosto. Assim que for disponibilizado em alta definição vou conferir novamente e com certeza está na lista de Blu Ray a ser adquirido quando for lançado.

Release baixado: Super.8.2011.DVDSCR.XViD-EVO

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