quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O Anel


Pois é gente, graças à Deus as férias ainda continuam e tenho conseguido aproveitar bastante. Descansar, colocar alguns filmes e séries todos em dia, e um programa super especial, assistir filmes com minha filha. Ela já adora ver filmes, e junto comigo ela não recusa nada. Por conta disso, tenho feito ela crescer amando filmes que eu adorei no decorrer da vida. Alguns dos quais já assistimos juntos: A.I. Inteligência Artificial, A sextologia Star Wars, a trilogia De Volta para o Futuro, os 4 Indiana Jones, os dois primeiros Aliens, a trilogia da Múmia, Piratas do Caribe, O feitiço de Áquila, E.T., Tubarão, Titanic, Trilogia Homem Aranha, A espera de um milagre, e vários outros. Alguns destes citados, assistimos nestas férias. Mas agora, concluímos algo especial. A trilogia fantástica O Senhor dos Anéis.

Falar dos filmes em si, seria chover no molhado. A crítica toda já elogiou cada um dos filmes. Estão bem no topo da minha lista de filmes preferidos. Mas acho interessante falar das versões que assistimos, as versões estendidas.

Muitas pessoas, os que não são tão ligados ao cinema ou que não são “nerds”, sequer sabem da existência delas. Então acredito que dedicar alguns parágrafos comentando sobre as mesmas, seria algo inovador a maioria dos leitores aqui do blog.

Pois bem, o diretor Peter Jackson, sempre foi apaixonado pelos livros de J.R.R. Tolkien, que são a fonte para os filmes. Sempre sonhou em um dia leva-los para as telas. Muitos diretores também tiveram este sonho, mas todo mundo dizia que eram impossíveis de serem filmados, dado à sua complexidade, riqueza de detalhes, quantidade de personagens e situações que seriam muito caras ou difíceis de serem filmadas. No final da década de 70 (1978 para ser preciso), foram feitos dois desenhos animados que adaptavam os 3 livros principais da saga. Desenhos em longa-metragem e até com bastante respeito à saga. Mas o resultado final não foi do agrado da maioria. No Brasil apenas a primeira parte foi lançada. A parte dois é difícil de ser encontrado, mesmo na internet, mas para quem é fã, vale a pena dar uma boa procurada.

No final dos anos 90 Peter Jackson decidiu que queria levar a história aos cinemas, com atores reais e em uma grande produção. Como as do passado, quando foi possível filmar Os 10 Mandamentos, Bem Hur, Cleópatra e outras produções gigantescas. Com toda a qualidade e respeito que os livros mereciam. Afinal, nesta época o site de vendas americano Amazon, e sua versão do Reino Unido, havia feito uma pesquisa onde seus milhões de clientes ao redor do mundo deveriam eleger aquele que consideravam o melhor livro feito no século XX. O mais votado, claro, foi a Bíblia, porém como ela não foi escrita no século passado, o vencedor foi O Senhor dos Anéis.
Resumindo a história dos filmes, Peter Jackson, depois de ouvir um não de diversos estúdios,  conseguiu convencer a New Line, estúdio pertencente à Warner, a bancar o filme. Para não estragar o desenvolvimento, ele tinha a ideia de fazer 2 filmes contando toda a história e mesmo assim o custo seria bastante elevado.  Houveram estúdios que até toparam a ideia, mas queriam tudo em um único filme e com orçamento limitado. Ele não aceitou. Então, foi com grande surpresa quando saiu do próprio estúdio a ideia de fazer 3 filmes, da mesma forma como eram 3 livros. E com orçamento gigantesco, superando os US$ 300.000.000,00. O filme mais caro de todos os tempos até então. São 3 filmes, mas tão interligados que podem ser interpretados como um só. E tudo isso para um diretor de pouco prestígio até aquele momento.

Para aproveitar melhor o elenco, orçamento e “pegada” da equipe, os 3 filmes foram rodados simultaneamente durante um período de pouco mais de 18 meses. Com direito a novas tomadas e filmagens adicionais entre o lançamento de cada um dos filmes.  Como sabemos de sua paixão pela história, Peter Jackson filmou demais, com muito respeito, embora alguns fãs mais xiitas reclamem das modificações feitas, os filmes ficaram muito bons. Excelente até. E antes de lançar os primeiros DVD’s da Sociedade do Anel, o primeiro filme, ele avisou que meses depois lançaria uma edição especial com cenas que não entraram na versão exibida nos cinemas, a fim de deixar que o filme tivesse uma duração máxima de 3 horas. E mesmo assim foi pressionado pelos cinemas e investidores. Afinal, filmes muito longos, permitem menos exibições por dia, e consequentemente, menor arrecadação.

Bom, após o sucesso estrondoso nas bilheterias e recordes na venda de DVD’s, as tão esperadas Edições Estendidas foram lançadas mundo afora, menos no Brasil. A Warner, responsável pela distribuição dos filmes aqui no país não levou fé no potencial de venda do mesmo filme mais de uma vez e optou por não adquirir os direitos. Quando viram a quantidade de importações de DVD’s estrangeiros com os filmes perceberam o erro, porém o preço agora, havia sido corrigido, e para muito mais caro, então ficamos sem as edições que começaram a sair em 2002 e só foram lançadas oficialmente aqui no final de 2010. São estas edições que adquiri. Uma caixa superespecial, com embalagem caprichada, parecendo 3 livros antigos que se desdobram, contendo nada menos do que 12 discos. Sendo que cada um dos filmes está divido em 2 DVD’s, assim a imagem ficou melhor que as versões normais e houve espaço para diversas trilhas de comentários e uma incrível faixa de áudio em DTS. Os outros 8 discos contém material extra inédito que não haviam sido inclusos nos DVD's das versões normais. Resumindo, imperdível para fãs.
O presente cobiçado que me dei ano passado

O primeiro filme, A Sociedade do Anel, ganhou mais 35 minutos de duração. O filme que já possuía 3 horas, ficou ainda melhor e o tempo passa mais depressa! Incoerência? Como podem 3:35h passarem mais rapidamente do que 3? Simplesmente fazendo um filme melhor, mais fiel, mais emocionante, mais belo e mais impactante. Nesta versão podemos ver cenas que ficaram de fora do corte original, como uma nova introdução, com mais detalhes da história do anel e seu destino, uma nova apresentação dos hobbits, feita por Bilbo. É possível notar melhor a passagem de tempo entre um ponto e outro da história. Podemos ver os elfos se dirigindo para os Portos Cinzentos, Aragorn em Valfenda visitando o túmulo de sua mãe, mais tempo percorrido em Minas Moria, Lothórien muito melhor explorada, as cenas dos presentes élficos. Enfim, se o mundo fosse justo, esta versão deveria ser a única e ter sido exibida nos cinemas de todo o mundo. O filme fica muito melhor, principalmente para quem leu os livros, pois conseguirá identificar diversas passagens e referências.

O segundo filme, As Duas Torres, ganhou um acréscimo de 42 minutos. Eu o considerava um filme bom, mas bastante inferior aos outros 2. Com o acréscimo recebido, o filme ganha nova força. Ficou muito melhor. Acredito que dos três filmes, ele seja o que melhor tenha se beneficiado das cenas extras. A narrativa fica muito melhor e eventos que pareciam sem sentido, agora ficam totalmente explicados. Com destaque para a expulsão de Eómer de Rohan e a interação entre Aragorn e o cavalo Brego. Vendo sua doma e libertação pelo nosso herói, podemos entender a cena do resgate que aparece na versão dos cinemas. Algumas cenas ficam muito mais tocantes como a canção entoada no funeral do filho do rei Theoden. As cenas hilárias entre Merry e Pippin na morada dos Ents, ainda com a cena que muitos consideram uma pequena homenagem ao velho carvalho e a Tom Bombadil que não foram inclusos no filme. Temos a sequência final melhor resolvida, com o discurso pacifista de Sam ocorrendo um pouco mais tarde, então podemos ver o final da batalha contra os Orcs e o fim dos mesmos.

Já o filme final, O Retorno do Rei, ganhou 50 minutos de novas cenas e cenas estendidas. Logo no começo, temos uma sequência de deveria ter sido mostrada nos cinemas, onde é mostrado o destino do mago Saruman, com uma homenagem à carreira do ator Christopher Lee onde o cinéfilo que visualizar a cena entenderá os porquês logo de cara. Apenas esta sequência já seria motivo para assistir esta versão, pois além de mostrar o destino do Mago e do traidor Língua de Cobra, ainda nos mostra como o Palantir chegou até as mãos dos Hobbits. Mas temos muitas outras, aumentadas e inéditas, sendo destacada a aparição do enviado de Sauron aos Portões Negros, Boca de Sauron, para afrontar nossos heróis.

Enfim, apesar da demora do lançamento no Brasil, o sucesso foi absoluto. Tanto que já foram divulgados que desde fevereiro de 2011 estão sendo vendidas uma segunda tiragem da coleção, já que o que havia sido inicialmente planejado esgotou-se em pouco tempo. Portanto, se você é fã da história e/ou dos filmes, faça o possível para adquirir a sua enquanto ainda pode ser encontrada a venda nas melhores lojas virtuais. Em seguida devem acontecer duas coisas. Ou ela irá sumir de vista devido ao esgotamento, ou poderá começar a ser entregue em embalagens inferiores e sem a mesma pompa.

Recomendadíssima, Nota 10! Para os filmes e a coleção em si.

Nem preciso comentar que minha filha adorou os filmes, ao ponto de permanecer acordada até as 3 horas da madrugada por dois dias, enquanto as assistíamos. Inicialmente havíamos combinado de assistir apenas 1 disco por noite, de maneira que veríamos os filmes no decorrer de 6 dias. Porém o seu empolgamento e ansiedade foram tantos, que somente A Sociedade do Anel obedeceu a estas regras. Os outros dois filmes foram vistos integralmente. Mesmo que um tenha ficado com 3:42h e outro com 4:10h de duração. O tempo voou!

Quer mais um motivo para vê-los?
A foto abaixo é da comitiva dos anões que irão levar Bilbo para a maior aventura de sua vida, a história que aconteceu antes da Saga do Senhor dos Anéis, chamada de O Hobbit, a qual está em processo de filmagem e tem previsão de estreia para o próximo ano.

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