Assisti alguns dias atrás este excelente filme no já batido
gênero de origem de super-herói. Embora aqui não seja uma adaptação de alguma
história em quadrinhos (HQ), muitos dos clichês do gênero estão presentes.
Porém temos aqui uma abordagem até então inédita e muito bem sucedida.
Sinopse: 'Poder sem Limites' é um filme
de super-herói, criado e contado sob a perspectiva de um garoto de 17 anos, por
meio de sua câmera. Todos sonham em ter superpoderes, mas o que acontece quando
não se está preparado para lidar com eles? Neste filme, três adolescentes
comuns, repentinamente, são capazes de fazer coisas que nunca imaginaram ser
possível. No início, eles se divertem, mas quando as pegadinhas tornam-se
perigosas, os três amigos terão de lidar com a responsabilidade que virá com
estes poderes extraordinários.
De saída não me interessei muito pelo filme, principalmente
ao perceber que o diretor fez a opção de criar o filme como se fosse, o tempo
todo, filmado por um dos personagens. Este tipo de narrativa, com a câmera na mão, foi utilizado em A
Bruxa de Blair, Cloverfield e Atividade Paranormal e eu não me interesse muito
por esta escolha. Não gosto. Embora aqui ela não atrapalhe. Na verdade ela
acaba auxiliando a nos tornar mais íntimos dos personagens e permite termos
conhecimento de seus dramas pessoais.
Apesar de toda a tentação de fazer “apenas mais um” filme de
super-herói, o diretor vai no caminho oposto e entrega uma obra bastante original
que foge das opções fáceis. A partir desta escolha podemos acompanhar os
personagens descobrindo seus poderes e aprendendo a utilizá-los de maneiras
mais naturais possíveis, sem a mesmice que seria inevitável em outra obra
qualquer.
Até mesmo a “câmera na mão” vai sendo alvo dos poderes do
garoto e acaba melhorando a imagem e amenizando o efeito que eu não gosto. Um
ponto positivo para o diretor nesta ótima ideia.
O filme bebe na fonte de Akira e entrega cenas que nos farão
relembrar tanto da animação quanto da HQ, sem no entanto parecer um plágio. A
presença da cultuada obra é sentida em várias sequências do filme, com destaque
especial para a incrível sequência do hospital.
Até a metade do filme acompanhamos os personagens se desenvolvendo,
como já comentei, e as cenas que demonstram essa evolução são todas muito
criativas e inéditas. Veja a sequência dos dentes após o bullyng, ou a tentativa
de um nerd tornar-se uma pessoal popular e sociável. A sequência de futebol americano nas nuvens em
particular é inspiradora e muito bem feita.
E mesmo demorando a engrenar ou entregar cenas de ação
convincentes, quando isso acontece temos aquele sentimento de que a espera
valeu a pena. Os efeitos especiais são excelentes, as situações postas não são conflitantes
com o que acompanhamos desde o começo do filme e temos a oportunidade de curtir
um filme muito bem feito. Bem enraizado em seus conceitos e desenvolvido de uma
maneira que não somos desrespeitados com a desculpa de uma liberdade artística.
A sequência final nos faz perder o fôlego e merece entrar na lista das
sequências de ações muito bem feitas nos filmes do gênero.
Fica a recomendação para quem gosta deste estilo de filme.
Uma nota 8 fica de excelente tamanho, ainda mais em uma obra sem atores famosos ou diretor de ponta.
Conferi a cópia recentemente, então pude desfrutar de uma
imagem impecável em alta definição e um som DTS muito bem distribuído, que apenas
colaboram para uma apreciação melhor para o filme. O qual, ressalto, merece ser
visto mais de uma vez.
Release
baixado: Chronicle.Director's.Cut.2012.720p.BluRay.x264.DTS-WiKi
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