quarta-feira, 20 de julho de 2011

Confiar (Trust)


Assisti esta tarde ao filme Confiar (Trust), ainda inédito no Brasil e com previsão de estreia para o dia 26 de agosto nos cinemas. O filme já foi lançado lá fora, ainda em 2010 para ser mais preciso, e apesar de não ter causado nenhum furor na crítica especializada e nos sites de notícias, é muito bom.

Sinopse: Após pensar muito Will (Clive Owen) e Lynn (Catherine Keener) resolvem presentear sua filha Annie (Liana Liberato) com um computador. O casal está convencido de que havia criado seus três filhos em um ambiente aberto e saudável e que já poderia confiar em Annie. Quando Annie faz um novo amigo pela internet - um garoto de 16 anos chamado Charlie que ela conheceu num chat de relacionamento, Will e Lynn deram toda a atenção. Sentaram com a filha, conversaram sobre o assunto e viram as fotos que o menino tinha enviado. Quando Annie e Charlie marcam um encontro, sem que os pais dela saibam, o que acontecerá em apenas 24 horas irá mudar a família para sempre.

A narrativa nos leva a conhecer Annie Cameron e sua família. Amada pelos pais, e por vezes superprotegida, Annie cresce como uma adolescente inteligente, sensível e cheia de autoconfiança. Com 14 anos de idade ela vive num molde de inocência, não detectando nenhum mal em nada e ninguém. Até o dia em que conhece Charlie através de um chat para adolescentes na internet. A partir desse dia, ela começa a ficar a par da sua sexualidade. Uma sexualidade atiçada por Charlie, que ela julga ter a mesma idade que ela. E quando finalmente decidem conhecer-se ao vivo, ela fica sabendo que ele na verdade tem bem mais de 30 anos. Um turbilhão de emoções a deixam desconfiada de tudo e de todos, mas como menina imatura que é, Annie acaba o dia num quarto de hotel com o homem pervertido. E a partir daqui já podemos imaginar o que acontece, instalando a dor em uma família que antes era sólida como uma rocha.
Liana Liberato, atriz de futuro

Este é o tipo de filme que devemos ver com atenção e insistir que outros também o vejam, principalmente se possuírem filhos e filhas nesta idade, onde tudo é novo e cada descoberta gera mais curiosidade e autoafirmação perante os amigos e colegas.

Logo ao tomar conhecimento da história do filme, temi que o filme fosse para o lado mais tradicional, procurando por clichês já mais do que esgotados, e na maior parte dos casos, nada realistas. Mas não é o que vemos aqui.  Felizmente o filme, em momento algum, entra naquela ânsia por um final feliz imaturo, mantendo-se sempre frio, realista, sóbrio e, por vezes, até mesmo cruel. Era muito fácil estragar esta história com o habitual “lugar comum” que agrada a audiência, mas que destrói  a integridade (artística e moral) de qualquer obra cinematográfica.  O diretor Schwimmer opta por uma visão dos acontecimentos extremamente sóbria e nada artificial, ignorando o caminho mais fácil para brindar o espectador com algo de um requinte bem mais louvável.

O filme não pretende promover o espetáculo, apelando para cenas ousadas ou chocantes. Na verdade ele se propõe a despertar a atenção do espectador para um problema social atual, bem sério e preocupante. Os atores entregam uma bela interpretação, nunca exagerados, ainda mais levando em consideração a situação vivida, onde temos uma família devastada pela mágoa. A atriz Viola Davis, na pele de uma psicóloga é um achado no filme. Já se esperava que a família causasse aquele sentimento de empatia com o público, mas aqui, até mesmo a psicóloga desperta isso. E a jovem Liana mostra que tem talento e tem tudo para figurar entre as boas atrizes de hollywood em breve. Vou ficar de olho.

Preste atenção na cena que contrasta os perigos da atualidade em relação aos nossos sentimentos de tranquilidade e segurança, onde o pai, antes de ir dormir, verifica se a casa está segura e ativa o alarme da mesma, dizendo que o “campo de força” está ativo. Hoje em dia, o perigo entra em muitos lares através da internet ou através de conversas e mensagens trocadas por celulares, basta apenas um pequeno descuido dos pais, uma má orientação, que as consequências podem ser perturbadoras, para dizer o mínimo.

Leva uma nota 8 com louvor.

Release baixado: Trust.2010.720p.BRRip.[A.Release-Lounge.H264]

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