quinta-feira, 22 de setembro de 2011

True Lies

Revi ontem, em DVD, com minha família a este delicioso filme. Mesmo com a Maria Fernanda ainda não tendo a agilidade para acompanhar as legendas, o filme agradou a todos.

Eu o havia assistido na época de seu lançamento em VHS e depois uma sequência ou outra quando passou na TV. Comprei o DVD lançado pela Universal devido ao carinho que dediquei ao filme e esperei o momento certo para vê-lo.

A imagem, mesmo para os padrões atuais, está muito boa. Não é cristalina como um DVD de filme atual, mas esta muito boa. Apenas nas cenas noturnas ou mais escuras é possível notar artefatos, mas mesmo quando aparecem são bastante reduzidos. É apresentada no seu formato original, sem cortes, em Widescreen Anamórfico na proporção de 2.35:1. O formato que para os que não são muito adeptos de termos técnicos, é aquele que forma pequenas barras pretas acima e abaixo da imagem, mesmo em TV's Widescreen. Porém é o formato original e eu prefiro desta forma.

O som do DVD, apenas em Dolby Digital 5.1 é apenas aceitável. Falta envolvimento, mas nas cenas das explosões ele mostra sua força. Este com certeza merece ser conferido em Blu-Ray com som DTS, aí sim a experiência deve ser fantástica. O filme estava previsto para ser lançado este ano no formato de alta definição nos EUA, aqui ainda não se tem notícias.

Para quem quiser conferir, vale a locação, pois o filme não está mais a venda devido a ter esgotado sua tiragem. No Mercado Livre pode ser encontrado por preços muito elevados.

Sinopse
Agente de governo (Arnold Schwarzenegger), especialista em combate ao terrorismo, está casado há quinze anos, sendo que durante todo este tempo faz sua mulher (Jamie Lee Curtis) acreditar que apenas vende material de informática. A esposa por sua vez acha sua vida insossa e, coincidentemente, se envolve com um pretenso espião (Bill Paxton), no intento de trazer alguma emoção ao seu dia-a-dia. Ao investigar o "caso" da mulher, o agente descobre que o tal "espião" na verdade é um simples vendedor de carros, que inventa histórias mirabolantes para tentar conquistar mulheres emocionalmente carentes, e que sua mulher não o está traindo. Mas resolve dar um "susto" nela e, sem querer, acaba envolvendo a mulher e a filha (Elisa Dushku) em um caso de terrorismo no qual está trabalhando.


Sabe aqueles filmes de espiões, onde os vilões são sempre árabes e usam uma bomba atômica, e os heróis nunca são baleados, mesmo quando estão sobre a mira de uma metralhadora ? Pois é, True Lies é mais um deles. Aliás, é e não é, pois o filme de James Cameron é uma imensa e caríssima sátira aos filmes de espionagem. Sendo assim, nada mais natural do que utilizar esses mesmos elementos para tirar um sarro com toda a falta de cérebro predominante na maioria dos filmes do tipo. A parceria de Cameron e Arnold Schwarzenegger é altamente duradoura e rentável (basta lembrar do sucesso que foi `T2`), e seria difícil imaginar outra dupla mais adequada para dirigir e protagonizar esse filme, que utiliza efeitos especiais elaboradíssimos e toneladas de ação non-stop.

O melhor é que True Lies não se resume à apenas isso. O filme de Cameron apresenta um roteiro inteligente, que satiriza todos aqueles clichês que infestam os filmes de ação de Hollywood. Assim, somos presenteados com cenas de tirar o fôlego e muito (MUITO) humor.

True Lies conta a história de Harry Tasker (Schwarzenegger), um espião que leva uma vida dupla. Para encobrir suas missões secretas e afastar sua família do perigo, Harry diz para sua mulher, Helen (Jamie Lee Curtis) que é um vendedor de artigos de informática. Para tal, ele conta com todo o suporte da empresa de espionagem para qual trabalha. Quando ele vai para a Suíça, por exemplo, para tentar desvendar uma organização terrorista, ele diz para Helen que foi participar de uma conferência sobre um novo programa de computador. Mas as coisas começam a ficar fora de controle quando essa organização terrorista planeja explodir uma bomba atômica numa cidade dos EUA, e Harry e sua equipe parecem ser os únicos que podem impedir a tragédia. É claro que não vai ser fácil: no caminho ele precisa lidar com os problemas familiares, inclusive com uma suspeita de estar sendo traído por sua mulher, e acaba tendo sua família envolvida na missão.

Desde o início fica claro que o filme é uma sátira. Nos momentos iniciais, por exemplo, Harry é perseguido por dezenas de homens armados até os dentes, mas não toma nenhum tiro. Ele faz à todos de bobo, e nenhum dos terroristas percebe. O filme carrega no bom-humor e não se leva a sério, nem por um instante. E nós temos certeza disso quando Harry salva sua mulher prestes à cair duma ponte partida ao meio, ou ainda, quando uma arma cai numa escada e mata vários terroristas com tiros para todos os lados. Isso sem contar com a cena final, onde um homem fica preso à um míssil teleguiado e é disparado junto com ele.

Todas essas situações possuem altas doses de humor, e é praticamente impossível não gargalhar. Outro grande destaque do filme é Jamie Lee Curtis, divertindo-se à beça no papel da esposa de Harry. A atriz se sai muito bem nos momentos de comédia e consegue facilmente arrancar risos da platéia. A cena onde ela está na suíte do hotel com Harry é o maior exemplo disso. A personagem ainda participa de uma sub-trama, onde ela supostamente estaria tendo um caso com um pseudo-espião chamado Simon (Bill Paxton). É nessa sub-trama que se concentram as maiores piadas do filme. Cameron foi esperto e corajoso ao ditar o tom escrachado do filme, conseguindo assim criticar toda a estupidez que assola as produções de ação Hollywoodianas.

O único defeito do filme é perder o ritmo na metade, onde a ação dá lugar ao romance entre Harry e Helen. Tudo bem. Somos compensados depois com cenas incríveis, que contaram com efeitos especiais inéditos para a época. Não é a toa que o filme teve 120 milhões de dólares de orçamento. True Lies é um festival de explosões gigantescas, perseguições, cenas impossíveis e salvamentos mais impossíveis ainda... É um dos melhores filmes de Arnold Schwarzenegger, e um dos mais divertidos filmes de James Cameron.

Argumentos, por si só, mais do que convincentes, não ?

Nota 9.

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