domingo, 27 de janeiro de 2013

Dreed


Nesta manhã de sábado, nada melhor do que um bom filme, da longa lista que tenho ainda por assistir. Hoje, com o pessoal ainda dormindo, escolhi um que provavelmente agradaria somente a mim, já que não é um filme para todos os públicos, principalmente a mulheres que não gostem de violência. O que é um dos destaques deste filme.

Sinopse:
O juiz Dredd (Karl Urban) vive na megalópole Mega City Um, um oásis de civilização na Terra Maldita, cerca de 120 anos no futuro. Bastante temido pelos infratores da lei, ele acumula os cargos de polícia, de juiz e ainda tem o poder de executar suas sentenças. Um dia, ele é encarregado de treinar uma candidata a juíza com poderes mediúnicos (Olivia Thirlby), e neste primeiro dia de teste os dois enfrentam a maior e mais perigosa traficante de drogas do local (Lena Headey).

Em 1995 foi lançado um filme chamado O Juiz, interpretado por Sylvester Stallone foi a primeira incursão do personagem Dreed nos cinemas. O filme não chegava a ser de todo ruim, chegava a divertir, mas fugiu totalmente do espírito do personagem dos quadrinhos.

O Juiz Dredd é um personagem clássico dos quadrinhos, criado por John Wagner (roteiro) e Carlos Ezquerra (desenhos), em 1977, para inserção no segundo número da famosa revista britânica 2000 AD que é publicada até hoje. O personagem – que é americano e vive em um futuro distópico em que a Terra foi destruída e somente algumas enormes e superpopulosas cidades existem – é antipático, extremamente violento, nunca tira seu capacete e fala em monossílabos.

Sua crítica social e o humor bem britânico sempre caracterizaram as histórias de Dredd, além do mais absurdo – e divertido – grau de violência imaginável. Como o Juiz Dredd nada mais é do que um truculento policial que tem os poderes de juiz, júri e executor, o espaço para narrativas que acabam em sangue é enorme.

Aqui, temos uma adaptação corajosa e que em nada lembra ao filme anterior, que (graças à Deus) foi totalmente ignorado. Uma adaptação bastante fiel e que mesmo obtendo uma censura de alta (18 anos) devido à violência e as cenas com sangue, não recuou diante da possibilidade de limitar o público e ter menos bilheteria. O que acaba contribuindo com o filme que se sai muito bem.

Preciso confessar que o filme em diversas cenas e situações me lembrou de outras produções mais antigas e igualmente bem sucedida perante os cinéfilos, mas que não foram bem de bilheteria, algumas alcançando o status de cult, como Blade Runner tendo como base a ambientação, cenários e o tom sufocante e Warrior’s - Os Selvagens da Noite, pelo tom de perseguição claustrofóbico dentro do enorme complexo. Estes dois filmes estiveram na maior parte do tempo em minha mente ao assistir Dreed.

Citar estes dois grandes filmes ao invés de parecer perigosa a comparação, apenas enaltece o filme, pois se minha mente pode compará-los sem depreciar, é sinal de que o filme se sai muito bem. Na verdade o filme me surpreendeu. Nunca fui leitor das HQ’s de Dreed, mas já li a seu respeito, fiz a lição de casa e tenho uma boa ideia de suas aventuras. Acredito que o diretor Pete Travis conseguiu capturar a narrativa principal da HQ. Após uma rápida introdução inicial para situar o espectador, o filme não perde tempo em rodeios e entrega uma aventura sangrenta e bastante real na trama. Nada de apelações baratas, mas um desenvolvimento bem feito com personagens que se apresentam como comuns e que vão crescendo no decorrer da trama.

A novata Juíza Anderson é o melhor exemplo. Jogada em uma situação de desespero a atriz faz sua personagem ir crescendo, superando obstáculos e ao final do filme temos uma pessoa totalmente diversa daquela que começou a jornada. Fato que o próprio protagonista parece aprovar ao final em seu julgamento. E o público deve reconhecer que ao vê-la na sua primeira cena, chegamos a pensar que ela será uma das primeiras baixas na aventura, porém ser surpreendido é ótimo.

Destaque também para a vilã Ma-Ma (Lena Headey) que se apresenta o filme inteiro com um ar de desinteresse total e uma falta de expressão que ao invés de prejudica-la, acaba por torna-la a cada cena mais temida e assustadora. Ela já interpretou uma personagem durona na série de TV As Crônicas de Sara Connor, mas aqui ela se supera sem fazer força.

A mídia em geral tenta conectar o filme ao saudoso Robocop de 1987 (que curiosamente também está em processo de reboot nas mãos do diretor brasileiro José Padilha) devido a certas coincidências, as quais dizem ser devido ao clássico filme ter sido baseado nos quadrinhos de Dreed. As comparações estão realmente na tela e fazem todo o sentido, porém para mim apesar das semelhanças, considero o Dreed de hoje superior ao Robocop de ontem. E torço para que o novo Robocop tenha no mínimo a alma do policial Dreed.

Um filme violento, forte, sem muitas críticas ou cenários politizados, quase um fascismo é um programa para pessoas que gostam de filmes “viscerais” e que saiam do comum. Se você gosta deste tipo de filme, aproveite.

Nota 8,5 (esta nota tem sido recorrente nos últimos filmes, um bom sinal).

Release baixado: Dredd.2013.720p.BluRay.DUAL-ANGELiC

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