Nesta manhã de sábado, nada melhor do que um bom filme, da
longa lista que tenho ainda por assistir. Hoje, com o pessoal ainda dormindo,
escolhi um que provavelmente agradaria somente a mim, já que não é um filme
para todos os públicos, principalmente a mulheres que não gostem de violência.
O que é um dos destaques deste filme.
Sinopse:
O juiz Dredd (Karl Urban) vive na megalópole Mega City Um,
um oásis de civilização na Terra Maldita, cerca de 120 anos no futuro. Bastante
temido pelos infratores da lei, ele acumula os cargos de polícia, de juiz e
ainda tem o poder de executar suas sentenças. Um dia, ele é encarregado de
treinar uma candidata a juíza com poderes mediúnicos (Olivia Thirlby), e neste
primeiro dia de teste os dois enfrentam a maior e mais perigosa traficante de
drogas do local (Lena Headey).
Em 1995 foi lançado um filme chamado O Juiz, interpretado
por Sylvester Stallone foi a primeira incursão do personagem Dreed nos cinemas.
O filme não chegava a ser de todo ruim, chegava a divertir, mas fugiu
totalmente do espírito do personagem dos quadrinhos.
O Juiz Dredd é um personagem clássico dos quadrinhos, criado
por John Wagner (roteiro) e Carlos Ezquerra (desenhos), em 1977, para inserção
no segundo número da famosa revista britânica 2000 AD que é publicada até hoje.
O personagem – que é americano e vive em um futuro distópico em que a Terra foi
destruída e somente algumas enormes e superpopulosas cidades existem – é
antipático, extremamente violento, nunca tira seu capacete e fala em
monossílabos.
Sua crítica social e o humor bem britânico sempre
caracterizaram as histórias de Dredd, além do mais absurdo – e divertido – grau
de violência imaginável. Como o Juiz Dredd nada mais é do que um truculento
policial que tem os poderes de juiz, júri e executor, o espaço para narrativas
que acabam em sangue é enorme.
Aqui, temos uma adaptação corajosa e que em nada lembra ao
filme anterior, que (graças à Deus) foi totalmente ignorado. Uma adaptação
bastante fiel e que mesmo obtendo uma censura de alta (18 anos) devido à
violência e as cenas com sangue, não recuou diante da possibilidade de limitar
o público e ter menos bilheteria. O que acaba contribuindo com o filme que se
sai muito bem.
Preciso confessar que o filme em diversas cenas e situações
me lembrou de outras produções mais antigas e igualmente bem sucedida perante
os cinéfilos, mas que não foram bem de bilheteria, algumas alcançando o status
de cult, como Blade Runner tendo como base a ambientação, cenários e o tom
sufocante e Warrior’s - Os Selvagens da Noite, pelo tom de perseguição
claustrofóbico dentro do enorme complexo. Estes dois filmes estiveram na maior
parte do tempo em minha mente ao assistir Dreed.
Citar estes dois grandes filmes ao invés de parecer perigosa
a comparação, apenas enaltece o filme, pois se minha mente pode compará-los sem
depreciar, é sinal de que o filme se sai muito bem. Na verdade o filme me
surpreendeu. Nunca fui leitor das HQ’s de Dreed, mas já li a seu respeito, fiz
a lição de casa e tenho uma boa ideia de suas aventuras. Acredito que o diretor
Pete Travis conseguiu capturar a narrativa principal da HQ. Após uma rápida
introdução inicial para situar o espectador, o filme não perde tempo em rodeios
e entrega uma aventura sangrenta e bastante real na trama. Nada de apelações
baratas, mas um desenvolvimento bem feito com personagens que se apresentam
como comuns e que vão crescendo no decorrer da trama.
A novata Juíza Anderson é o melhor exemplo. Jogada em uma
situação de desespero a atriz faz sua personagem ir crescendo, superando
obstáculos e ao final do filme temos uma pessoa totalmente diversa daquela que
começou a jornada. Fato que o próprio protagonista parece aprovar ao final em
seu julgamento. E o público deve reconhecer que ao vê-la na sua primeira cena,
chegamos a pensar que ela será uma das primeiras baixas na aventura, porém ser
surpreendido é ótimo.
Destaque também para a vilã Ma-Ma (Lena Headey) que se
apresenta o filme inteiro com um ar de desinteresse total e uma falta de
expressão que ao invés de prejudica-la, acaba por torna-la a cada cena mais
temida e assustadora. Ela já interpretou uma personagem durona na série de TV
As Crônicas de Sara Connor, mas aqui ela se supera sem fazer força.
A mídia em geral tenta conectar o filme ao saudoso Robocop
de 1987 (que curiosamente também está em processo de reboot nas mãos do diretor
brasileiro José Padilha) devido a certas coincidências, as quais dizem ser
devido ao clássico filme ter sido baseado nos quadrinhos de Dreed. As
comparações estão realmente na tela e fazem todo o sentido, porém para mim
apesar das semelhanças, considero o Dreed de hoje superior ao Robocop de ontem.
E torço para que o novo Robocop tenha no mínimo a alma do policial Dreed.
Um filme violento, forte, sem muitas críticas ou cenários
politizados, quase um fascismo é um programa para pessoas que gostam de filmes
“viscerais” e que saiam do comum. Se você gosta deste tipo de filme, aproveite.
Nota 8,5 (esta nota tem sido recorrente nos últimos filmes,
um bom sinal).
Release baixado:
Dredd.2013.720p.BluRay.DUAL-ANGELiC
Nenhum comentário:
Postar um comentário