quarta-feira, 19 de setembro de 2012

As donas da noite (We Are The Night)


Nunca escondi de ninguém que eu sempre tive uma queda por filmes de vampiro. Mesmo quando era pequeno e os filmes me deixavam com medo após assistir.

Dos que assisti, alguns dos melhores são: Drácula (1931) o clássico, Drácula (1979) este com a inesquecível cena do bebê sendo salvo na tumba, Fome de viver (1983) com a bela Catherine Deneuve, A Hora do Espanto (1985), Os garotos Perdidos (1987), Quando chega a escuridão (1987), Drácula de Bram Stoker (1992) talvez o melhor de todos, Entrevista com o Vampiro (1994) também impecável, e mais recentemente a grata surpresa Deixe ela entrar (2008).

Quem, assim como eu, sempre gostou de acompanhar as histórias dos chupadores de sangue deve ter tido dezenas de decepções com os filmes medíocres que foram feitos neste tempo. Para cada filme bom que foi feito, pelo menos uns 10 ruins o seguiram. Para cada “Deixe ela entrar” uns 10 “Crepúsculo” são feitos. Alguns medianos e outros mais trash do que qualquer coisa.

Pois eu que sempre me interesso, ao menos saber do que se tratam os filmes sobre o gênero, acabei me deparando com este filme alemão de 2011 e resolvi baixá-lo para conferir.

Sinopse:
Certa noite, Lena, uma garota de 18 anos, é mordida por Louise, líder de um trio de vampiras. Seu novo estilo de vida é por vezes benção e uma maldição. Inicialmente, desfruta da liberdade sem limites, o luxo, as festas. Mas logo os instintos assassinos pelo desejo de sangue de suas companheiras se torna um pesadelo para ela, ao mesmo tempo que se apaixona perigosamente por Tom, um policial. Agora Lena terá que escolher entre o amor imortal e a vida imortal.


Domingo pela manhã, para muitos amigos e conhecidos, é dia de assistir ao Esporte Espetacular (depois de vencer o sono, é claro). Não para mim, domingos pela manhã em casa, após acordar, se não tiver nenhum compromisso, é o momento ideal de colocar filmes e séries em dia. Ou de conferir aqueles filmes que não são tão conhecidos e dar uma chance de assisti-los. Assim foi com este filme até então desconhecido. Resolvi baixar e colocar para rodar. Se os primeiros 15 minutos me convencerem, o assisto até o final. Aqui está o resultado.

Lena (Karoline Herfurth, de “Perfume – A História de um Assassino“) é uma jovem desajustada e perdida. Abandonada pela mãe solteira e sem objetivos de vida, ela ocupa seu tempo entre pequenos roubos e momentos de depressão. Depois de perseguida pelo detetive Tom (Max Riemelt), a garota é assombrada por Louise (Nina Hoss), que vê em seus olhos a falta de perspectiva, um requisito essencial para a nova condição.

A jovem é mordida no banheiro de uma balada e passa a seguir a cartilha dos recém-vampirizados do cinema: intolerância à luz do sol, fome não saciada pelos alimentos comuns e pesadelos. Ela procura sua algoz e conhece o restante do grupo: Charlotte (Jennifer Ulrich, de “Meninas Não Choram“), monossilábica e presa ao início do século passado, e a inconsequente Nora (Anna Fischer), que aparenta ser uma adolescente, com seu jeito inconsequente.

Vampiras e donas da boate

Após a transformação, Lena entra em conflito sobre sua natureza, a obrigação de matar e a atração que sente pelo detetive. Algo não aceitável pelo grupo de vampiras, pois os homens são apenas objetos de diversão passageira e responsáveis pela quase destruição das criaturas da noite. Aqui está a melhor ideia do roteiro: não existem varões nessa raça, pois os homens não sabem agir com cautela suficiente para esse ofício. Além de feministas, as garotas entendem que sua sobrevivência depende da discrição e do auto-controle.

Além desse conceito curioso, outro ponto positivo de “AS DONAS DA NOITE” está na condução e dinamismo da narrativa. O espectador se sente atraído pelas personagens, querendo saber qual será o próximo passo, como aquilo tudo será resolvido. Ainda que você acredite que o amor está ali no enredo, ele não aparece. As mortes e o sangue preenchem qualquer possibilidade de imaginar uma história “romântica“, mesmo que os clichês estejam sempre presentes.

Sem usar a palavra “vampiro” durante o filme inteiro, vale a pena conferir essas belas vampiras em cena. Não é uma obra-prima, apenas um bom filme sobre o velho tema, uma produção interessante e bem feita para os apreciadores do gênero, sedentos por boas opções.

Cabe ressaltar que apesar de uma produção modesta, sem grandes investimentos, o filme não decepciona. Os poucos recursos foram muito bem empregados e nos entregam excelentes sequências e cenas muito bem pensadas.

O final nos deixa com esperanças de que poderemos, em algum futuro, ver novamente este universo que foi apresentado no filme. Afinal, sementes para isso, estão espalhadas durante todo o decorrer da aventura.

Um destaque especial para a cena de abertura do filme, onde em um avião em pleno voo, com o piloto automático ligado, é claro, as nossas personagens são apresentadas em um longo banquete, nos levando a imaginar que a ideia foi muito bem conduzida, um certo tom de originalidade e uma tirada de mestre. Esta primeira cena inicial foi o que me conquistou e me fez assistir ao filme inteiro. Infelizmente eu o baixei em qualidade DVDRip, mas com certeza estarei procurando um release em alta definição para manter por perto no HD portátil.

Leva uma nota 8 e com louvor.

Release baixado: As.donas.da.Noite.Dual.BDRip.avi

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