quinta-feira, 29 de março de 2012

Cavalo de Guerra


O último filme que havia assistido, do diretor Steven Spielberg foi o ótimo As Aventuras de Tintin. Em 2011 ele lançou dois filmes muito próximos um do outro.

O segundo foi Cavalo de Guerra!

Sinopse:
Ted Narracot (Peter Mullan) é um camponês destemido e ex-herói de guerra. Com problemas de saúde e bebedeiras, batalha junto com a esposa Rose (Emily Watson) e o filho Albert (Jeremy Irvine) para sobreviver numa fazenda alugada, propriedade de um milionário sem escrúpulos (David Tewlis). Cansado da arrogância do senhorio, decide enfrentá-lo em um leilão e acaba comprando um cavalo inadequado para os serviços de aragem nas suas terras. O que ele não sabia era que seu filho estabeleceria com o animal um conexão jamais imaginada. Batizado de Joey pelo jovem, os dois começam seus treinamentos e desenvolvem aptidões, mas a 1ª Guerra Mundial chegou e a cavalaria britânica o leva embora, sem que Albert possa se alistar por não ter idade suficiente. Já nos campos de batalha e durante anos, Joey mostra toda a sua força e determinação, passando por diversas situações de perigo e donos diferentes, mas o destino reservava para ele um final surpreendente.

Haviam quatro anos que Steven não lançava um novo filme em que ele levasse o crédito como diretor. O último havia sido Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal. Neste intervalo ele atuou mais como produtor de outros filmes e seriados de TV. Pois em 2011 ele lançou logo dois. E em uma análise superficial, não decepcionou em nenhum deles. Pelo menos é a opinião do público.

Jamais escondi de alguém que ele é o meu diretor favorito, seja pelos filmes que o imortalizaram nas décadas passadas, seja pelo seu estilo de dirigir e emocionar ou seja simplesmente por que as escolhas dele geralmente vem de encontro ao meu gosto cinematográfico.

Pois se em Tintin ele acertou em cheio, agradando a grande maioria da crítica e do público, neste filme as coisas ficaram mais divididas. Boa parte da crítica especializada criticou e “malhou” negativamente o filme. Enquanto outra parte o acolheu com um dos grandes lançamentos do ano. Quem sabe seja por preconceito, ou quem sabe apenas por ser mais um filme com a assinatura de Steven Spielberg.

Afinal todas as suas marcas registradas estão lá. Há crianças, jovens e velhos. Os laços familiares estão devidamente destacados. Há jovens ou crianças em situações de perigo ou aventura. E claro, as emoções afloram a cada novo take.

A história contada no filme, que foi adaptado de um livro homônimo de 1982, inicia no começo do século passado, mostra-nos o começo da amizade entre cavalo e cavaleiro (no caso, seu dono e criador), e avança rapidamente até o início da 1ª Guerra Mundial, com a separação de ambos.

Por todo o decorrer do filme somos premiados com uma fotografia belíssima, que mostram as paisagens deslumbrantes e as cenas pintadas pelos raios do sol se destacam, chegando em determinados momentos a nos deixarem com a impressão de estar assistindo a uma pintura. Principalmente se você, assim como eu, tiver a oportunidade de assisti-lo em alta definição, onde o release utilizado está soberbo, com uma imagem cristalina e um som DTS que nos transporta para o meio do campo de batalha. Cada disparo de canhão é preciso e nos faz ouvir o barulho da terra que levantou da explosão ir caindo perto de nós. Algo muito bem feito. Um som e imagem de referência que pode ser utilizado para demonstração.

A parte da crítica que não gostou do filme, reclamou que ele apela para os sentimentos demais, chegando a dar a impressão que ele força o choro do expectador em determinados momentos. Não posso negar que muitas vezes o filme derrapa na pieguice e realmente carrega no sentimentalismo. Mas o resultado é bastante positivo.

Os atores não chegam a ter a oportunidade de se destacar ao ponto de se tornarem inesquecíveis, porém não comprometem o filme. Não é exagero dizer que o cavalo rouba a cena muitas vezes.

O fato que quero destacar é que o filme me conquistou desde que assisti ao seu primeiro trailer. As cenas durante a guerra e as situações vividas pelos personagens não me decepcionaram, pelo contrário, me conquistaram e se tornaram verossímeis. Até mesmo a sequência dos arames na metade final do filme é perfeitamente crível, mas se quiser conferir e defender uma ideia contrária, terá de assistir e comentar.

Detalhar muitas outras situações ou fatos que acontecem no transcorrer do filme seria divulgar muitos spoilers, porém aconselho que deixe o preconceito de lado e assista a este filme sem receios. Arrisque-se a assisti-lo e se entregar às emoções em certos momentos. Afinal, são pouco mais de duas horas de uma ventura com ritmo e com a assinatura de Steven Spielberg. Você com certeza já assistiu outros filmes dele, tão ou mais carregados de emoções do que este e gostou. Pois gostará mais uma vez!


Nota 7,5.


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