sábado, 3 de dezembro de 2011

Conan - O Bárbaro

Então. Eu assisti ao Conan de 1982 no cinema. E ele ficou marcado em minha memória. A comparação com esta nova versão é inevitável.

Sinopse:
O grande guerreiro Corin (Ron Perlman) sempre preparou seu filho Conan (Leo Howard) para ser um legítimo representante dos Cimérios, mas o jovem acabou testemunhando a morte do pai, vítima do terrível Khalar Zym (Stephen Lang), que usa o sobrenatural na busca incansável pelo poder absoluto e para ressuscitar a esposa. Mas o tempo passou e enquanto ele continua impondo seu reinado de terror, Conan (Jason Momoa) está pronto para vingar a sua gente e, principalmente, a sua família. Só ele pode salvar as nações de Hibória da maldade do exército de Khalar.

O filme de certa forma tenta, ao mesmo tempo, homenagear e superar a versão de Conan de John Milius que é considerado por muitos um clássico. E ele começa tentando impactar desde o começo. Porém há acertos e falhas.

A narração em off sempre funciona na abertura de filmes deste estilo e é bem vinda para nos situar nesta história. Porém logo a seguir temos uma cena que apesar de ter sido uma grande sacada, não funcionou da maneira como deveria. Uma cena até criativa, quando vemos Conan conhecendo o aço pela primeira vez, justamente no ventre de sua mãe. A cena a seguir, que mostra o parto no meio do campo de batalha é mal feita e a sequência onde seu pai o ergue aos céus é muito “Rei Leão” para quem entender a referência.

Ron Perlman, como pai do Conan está muito bem e é o destaque do filme, embora seu tempo de projeção seja curto. Parte da infância de Conan é mostrada, porém em certas cenas de maneira exagerada e de maneira pouco crível. Afinal, crer em um garoto de aparentes 12 anos combatendo e vencendo quatro homens adultos, também guerreiros é forçar a barra, mas nós acabamos nos fazendo de bobos e deixamos o filme rolar, para entrar na história, afinal, é o Conan. Porém se lembrarmos o começo das lutas de Conan na versão anterior, onde vemos seu assombramento e medo no primeiro confronto, no qual ele apenas luta quando percebe que morrerá se não o fizer, temos um tremendo paradoxo.

As cenas de batalha são bem feitas e coreografadas, mas algumas visam apenas mostrar as mais as belas paisagens do que serem realistas. De qualquer maneira quem quiser ver sangue, o verá em quantidade. Ressalte-se aqui que na maioria das lutas o diretor quer destacar que Conan é um guerreiro melhor que os outros, pois sempre o coloca a lutar para defender alguém ou segurando alguma coisa para o forçar a lutar com apenas uma das mãos. Isso soa desnecessário e mostra que ele não entende o universo do personagem.

As minhas maiores queixas são justamente quando comparo o filme com a versão anterior e mesmo aos quadrinhos.

Primeiro, o Conan é e sempre foi, nos cinemas, o Arnold. Ponto final. Jason Momoa é grande e até melhor ator do que Arnold, mas está muito aquém do físico eternizado no filme de 1982 e desenhado nos quadrinhos. Neste aspecto, definitivamente não é um guerreiro hiboriano.

Segundo, todo o misticismo da era hiboriana foi perfeitamente introduzido no filme original (vide a visita de Conan à cabana da bruxa no filme original) e gradativamente desenvolvido. Aqui ele é nos jogado à cara, sem maiores introduções. E mesmo assim não sentimos aquela aura de magia e mistério no ar. Toda a sensualidade que permeia os quadrinhos e o primeiro filme é esquecida neste daqui. Há algumas cenas levemente ousadas, mas que não chegam a criar aquela atmosfera onde se espera que a qualquer momento os bárbaros mostrarão o mundo em que vivem a luxúria e a violência. Provavelmente tal escolha vise obter uma classificação etária menor, porém sem isso o filme soa falso.

Ah! O segredo aço é apenas levemente mencionado em apenas uma cena. Quem assistiu à outra versão sabe que este era um tema recorrente em todo o filme anterior e guiava nosso personagem. Aqui foi colocado como que para nos dizer: eu sei que isso deveria aparecer no filme, mas nós decidimos ignorar.

A sensação final é de que o filme é um videogame, que nosso protagonista precise passar de fases, vencendo o chefão do nível para poder prosseguir.  E mesmo a batalha final carece de peso dramático e um desafio maior.

Não direi que o filme é uma perda de tempo, mas poderia ter sido muito melhor, isso com toda a certeza.

Nota 6.

O release baixado porém é excelente. Imagem limpa e cristalina no aspecto original, som DTS excelente.

Release baixado: Conan.2011.720p.DTS.bluray

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