Eu acredito que todos saibam o
que Pulp Fiction fez pela carreira do ator John Travolta. Quando não se
esperava mais ouvir falar dele, eis que ele aproveita uma chance única e
renasce em sua carreira. Pois eis que aqui temos um exemplo bem semelhante
acontecendo agora com o ator Eddie Murphy. O filme o resgata de maneira decente
e edificante, permitindo que ele mostre todo o seu talento, sem que para isso
ele precise de um personagem cômico e muito menos “verborrágico” como os que
ele interpretou ao longo de sua carreira.
Sinopse:
Murphy é o personagem titular da
produção, um talentoso cozinheiro que após a morte de um amigo, decide cumprir,
à pedido do próprio antes de falecer, a promessa de cozinhar para Marie (Natascha
McElhone, de Ronin), a ex-amante do falecido, e sua filha, a
pequena Charlie, até que Marie venha a sucumbir ao câncer, que colocou uma
estimativa de apenas seis meses de vida nas costas de Marie. No entanto, o que
à princípio seria apenas uma prestação de serviços com data para terminar,
acaba evoluindo para uma longa e honesta amizade entre os envolvidos.
O assisti neste final de semana,
acompanhado de minha esposa. O filme foi uma surpresa e tanto. Não é um filme
de grande circuito, que acredito inclusive não tenha sido lançado nos cinemas
do Brasil. Pelo menos não vi nada a respeito. Com certeza não irá bater nenhum
recorde de bilheteria mundo afora, ou nem mesmo ser indicado a nenhum grande
prêmio, mas conquistou um lugar especial nos corações de quem o assistiu. O
filme, inspirado em fatos reais, é sensível e nos apresenta personagens
originais e encantadores. Vemos o desenvolvimento de uma amizade verdadeira,
que vai nascendo e crescendo ao decorrer do tempo do filme. É algo totalmente
bem feito, sem apelação e que nos mostra que existem pessoas que podem nos
fazer mudar, que podem realmente fazer as coisas valerem a pena quando
executadas em cumplicidade. E isso se percebe quando cada aspecto da relação de
profunda amizade e respeito que surge entre Church e Charlie, tem sua razão de
ser e um peso na narrativa, que nunca perde o foco e nem derrapa para o
sentimentalismo. Algumas sequências da produção, especialmente as que trazem o
personagem em interação com Marie, são absolutamente adoráveis, e de extremo
bom gosto.
Sem pieguices ou clichês, a
história do filme se desenvolve com absoluta coerência, sem ser didático demais
ou sem mesmo explorar os “comos” e “por quês”, afinal, não há necessidade. Tudo
fica implícito.
O diretor Bruce Beresford estava
devendo um trabalho deste nível desde seu Oscar em 1989 e aqui ele mostra que
não perdeu a mão. Os elogios do parágrafo acima passam por suas escolhas e
opções. Ele entrega um resultado que não cansa e é extremamente competente com
o que mostra na tela.
Além da Murphy, que obviamente
não trabalha só, temos excelentes interpretações das ótimas Britt Robertson
(e claro, das meninas que a interpretam quando criança) e da Natascha McElhone.
Mas mesmo assim não há como negar que o filme é todo dele.
Mr. Church é uma obra encantadora
e sensível, tem um ótimo diretor e um protagonista que se destaca muito. Seria
excelente se ele, ao menos, for lembrado, como melhor ator, por algum dos prêmios que veremos no próximo
ano.
Nota: 8,5
Nota: 8,5
O release assistido é excelente,
com imagem no aspecto correto, com excelente qualidade, mesmo nas cenas mais
escuras, preservando as escolhas do diretor com uma paleta de cores muito
bonita e com o granulado inerente de um filme que se ambienta a partir dos anos
70 e entra nos anos 80. Som de alta qualidade que valoriza a excelente trilha
sonora.
Mr.Church.2016.LIMITED.720p.BluRay.x264-DRONES
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