domingo, 22 de janeiro de 2012

O Homem do Futuro

Assisti neste sábado, e em família, ao filme brasileiro O Homem do Futuro.

Deixe qualquer preconceito de lado, já vai muito tempo desde que filme brasileiro era sinônimo de pornochanchada ou filme ruim e apelativo. Desde O Quatrilho e Central do Brasil nosso cinema evoluiu muito e tem merecido a projeção que tem recebido. Seria fácil discorrer títulos de bons filmes nacionais aqui, que a lista teria no mínimo uns 20 títulos recentes. Entre aqueles que eu particularmente curti muito, citarei Cidade de Deus, Carandiru, O Homem que Copiava e Tropa de Elite, para não me estender muito, pois há mais.

Dentre os filmes citados, um dos nomes que se destacou foi o de Wagner Moura, que talvez juntamente com o Lázaro Ramos, sejam os maiores expoentes desta nova safra do nosso cinema.

E é justamente um deles que protagoniza este Homem do Futuro.

Sinopse:
João/Zero (Wagner Moura) é um cientista genial, mas infeliz porque há 20 anos atrás foi humilhado publicamente durante uma festa e perdeu Helena (Alinne Moraes), uma antiga e eterna paixão. Certo dia, uma experiência com um de seus inventos permite que ele faça uma viagem no tempo, retornando para aquela época e podendo interferir no seu destino. Mas quando ele retorna, descobre que sua vida mudou totalmente e agora precisa encontrar um jeito de mudar essa história, nem que para isso tenha que voltar novamente ao passado. Será que ele conseguirá acertar as coisas?

Filmes sobre viagem no tempo são sempre complicados pelo próprio conceito do paradoxo temporal: um furinho no roteiro pode pôr tudo a perder se o espectador levar a história um pouco mais a sério. São raras as produções que sobrevivem ilesas dessa armadilha e tornam-se clássicos, como “Peggy Sue – Seu Passado a Espera” e a franquia “De Volta para o Futuro”, por exemplo.

É bom saber que o diretor Cláudio Torres bebeu justamente dessas fontes para criar “O Homem do Futuro”, uma comédia romântica com pitadas de ficção científica sobre um homem que volta no tempo e tenta reconquistar a mulher que perdeu no passado.

Quem está na casa dos 30 e 40 anos irá se divertir muito com as piadas sobre os comportamentos e as características dos anos 1980 e 90, como a diferença do nome da moeda nacional, o governo Collor, a primeira geração de celulares gigantescos ou a proibição do cigarro em lugares fechados – referências que não devem funcionar tão bem para um público mais jovem.

Claro que o roteiro é batido e conhecido, mas, talvez, justamente por isso tenha se saído tão bem. Com uma boa dose de inspiração em outros filmes, e aqui Efeito Borboleta se destaca, a colcha de retalhos criada no filme se sai muito bem. O filme é ótimo, contagiante e nos prende do começo ao fim. Ao ponto de mesmo minha esposa, que detesta temas de ficção científica gostou do filme. Tudo graças ao perfeito casamento entre comédia-romântica e ficção.  

Destaque-se que a atuação de Wagner Moura é primorosa e destaca-se do começo ao fim. Ele com certeza é o dono do filme.  Super a vontade no papel chegando em certos momentos a contracenar consigo mesmo em dobro. Algo talvez inédito em nosso cinema, mas totalmente crível e bem feito.

Uma nota de elogio também deve ser dada aos efeitos especiais presentes no filme, que justamente por ser brasileiro já nos leva a pensar no pior. Ledo engano, aqui a coisa foi muito bem feita, uma ótima produção de cenários e efeitos especiais. Não faz feio aos filmes atuais do grande cinema americano, dadas as devidas proporções, é claro.  Devemos tirar o chapéu também para a maquiagem que torna muito crível a passagem do tempo e a idade de nosso personagens. Realmente incrível como eles parecem ter ficados jovens de uma hora para outra e logo em seguida retornado às suas idades atuais.

E um último, mas não menos importante destaque à trilha sonora do filme. Contagiante é a palavra certa para descrevê-la. Além das bandas internacionais presentes, você com certeza se verá cantando "Tempo Perdido" da nossa eterna Legião Urbana, lindamente interpretada pelo casal de atores que mostraram que entendem do riscado.


Como o filme ainda não está disponível em alta definição e devido ao recente fechamento do Megaupload, eu acabei conferindo-o em uma versão DVDScreener, mas com certeza ele merece uma revisão quando o blu-ray estiver disponível.

Recomendado e com uma nota 8!

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